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Diário Liberdade
Sexta, 04 Mai 2018 05:45 Última modificação em Segunda, 07 Mai 2018 20:02

Povos da antiga Iugoslávia recordam aniversário de morte de Josip Broz Tito

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País: Sérvia / Reportagens / Fonte: Prensa Latina

[Roberto Molina Hernández] Há 38 anos, em um dia como hoje, às 18:50 horas, quatro simples palavras em sérvio estremeceram até os alicerces de um país de mais de 23 milhões de habitantes: Umro je drug Tito (morreu o companheiro Tito).

Dessa sucinta e solene forma anunciava-se à população da Iugoslávia e ao mundo a notícia do falecimento do homem que havia regido os destinos do país desde a vitória sobre o fascismo em 1945 até pouco antes de ingressar em um hospital em janeiro de 1980, onde expirou meses depois.

Com sua partida física - mais de 200 chefes de Estado e personalidades mundiais assistiram as honras fúnebres - marcou-se o princípio do fim de um Estado federativo socialista que havia alcançado níveis de desenvolvimento econômico e social nunca imaginados para as seis repúblicas que o integravam e um enorme prestígio internacional.

Transcorrida apenas uma década após seu falecimento, daquele país não restava nada: convertido em palco de lutas políticas e movimentos secessionistas, iniciou o processo para sangrentos conflitos armados, o desmembramento em seis Estados com suas respectivas fronteiras e um ambiente de instabilidade ainda não superado.

Dessa maneira, se desmoronou o prestígio conquistado por aquele líder guerrilheiro que conseguiu unir forças para criar a mais poderosa frente antinazista e antifascista nos Balcãs Ocidentais e fazer avançar a chamada Nova Iugoslávia, cuja imagem ao exterior se projetou no abrangente e poderoso Movimento de Países Não Alinhados.

Não obstante os constantes esforços por apagar da história ou ao menos minimizar o papel que nela desempenhou, o nome de Josip Broz segue vigente para os que valorizam aquele passado recente de realização de propósitos e sonhos e não se conformam com os processos neoliberais em voga no mundo globalizado e unipolar.

Hoje, a Casa das Flores, nome que possui o modesto mausoléu no qual descansam os restos mortais daquele fundador e paradigma de um ideal socialista, volta a erguer-se como em cada 4 de maio em ponto de peregrinação de milhares de pessoas vindas de todos os rincões da então Iugoslávia.

O túmulo retangular de mármore branco, em cuja lápide se lê somente Josip Broz TITO, e as datas 1892-1980, se cobrirá de oferendas florais, bandeiras com as faixas verticais azul, branca e vermelha com a estrela escarlate no centro, marchas e canções.

Localizado em uma suave colina dentro de um formoso parque de onde se desfruta de uma espetacular vista de Belgrado, o local criado pelo próprio marechal para cultivar rosas e outras plantas se transformou em um dos pontos mais visitados da cidade no conjunto denominado Museu de História da Iugoslávia.

Ali o visitante poderá conhecer em primeira mão quem e como foi o homem transformado quase em lenda épica naqueles já longínquos anos da Segunda Guerra Mundial e na façanha posterior de converter em prosperidade as ruínas e desolação herdadas daquele conflito.

Uma maneira silenciosa, diligente e sobretudo perseverante de lutar contra um habitual adversário muito perigoso para o ser humano: o esquecimento.

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