O Papa esteve na Irlanda onde a influência da Igreja Católica segue tendo muito peso. Em sua visitar disse ter “vergonha” pelos casos de abuso sexual dentro da Igreja. Seu discurso foi uma “vergonhosa tentativa” de evitar assumir sua responsabilidade, dizem as vítimas.
Foi no regresso dessa viagem que um jornalista lhe perguntou o que o Papa diria aos pais que detectem orientações homossexuais em seu filho. A resposta de Bergoglio não surpreende. “Quando isso se manifesta desde a infância, há muitas coisas para se fazer por meio da psiquiatria, para ver como são as coisas. Outra coisa é quando isso se manifesta depois dos 20 anos”, disse o Papa Francisco.
“Lhes diria, em primeiro lugar, que rezem, que não condenem, que dialoguem, entendam, que deem espaço ao filho ou à filha”, agregou.
Os homossexuais não têm que ir a nenhum psiquiatra. Foi no mês de junho deste ano que a Organização Mundial da Saúde finalizou a décima primeira revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Todas as categorias relacionadas com as pessoas trans foram eliminadas do capítulo sobre transtornos mentais e de comportamento.
Uma conquista parcial ocorreu no dia 17 de maio de 1990, quando a Organização Mundial da Saúde eliminou a homossexualidade da lista de doenças mentais, depois de décadas em que foi considerada uma perversão possível de ser tratada.
É por este tipo de declaração e comportamento que a separação da Igreja e do Estado é uma consigna necessária. Na Argentina, por exemplo, esta é uma forte luta que está sendo travada, ainda mais depois do dia 8 de agosto, quando 38 senadores decidiram não legalizar o aborto passando por cima de milhares de jovens, mulheres, trabalhadores, estudantes e ativistas que se mobilizaram nas ruas. O governo argentino historicamente segue sustentando financeiramente uma casta reacionária do clero.
Traduzido de La Izquierda Diário por Laza Zaramella