A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou neste sábado (25/06) que negociará com Bruxelas a posição de seu país na União Europeia após os escoceses terem votado massivamente contra a “Brexit” na quinta-feira (23/06).
“Meu gabinete concordou em começar imediatamente discussões com as instituições da União Europeia e outros Estado-membros para explorar todas as opções possíveis para proteger o lugar da Escócia na UE”, afirmou Sturgeon em pronunciamento.
Nos próximos dias, ela convocará todos os diplomatas do bloco na Escócia para uma reunião e estabelecerá um painel de assessoria com especialistas em finanças, direito e diplomacia para analisar procedimentos e alternativas.
Além disso, a líder independentista afirmou que seu governo impulsionará a legislação necessária para facilitar um possível segundo referendo de independência da Escócia. Uma opção que, segundo ela, "está sobre a mesa" e é “altamente provável”.
"Tal como estão as coisas, a Escócia enfrenta a perspectiva de ser tirada da UE contra sua vontade. Considero que isso é democraticamente inaceitável", declarou a premiê. Durante o referendo que decidiria a saída ou permanência do Reino Unido — do qual a Escócia faz parte — na quinta, 62% dos escoceses votaram pela permanência do bloco, enquanto somente 38% votaram pela saída.
“Nós estamos determinados em agir de maneira decisiva, mas de uma forma que irá construir uma unidade por toda a Escócia”, reforçou Sturgeon.
Em setembro de 2014, o governo do partido da primeira-ministra, o SNP (Partido Nacionalista Escocês), liderado na época por Alex Salmond, convocou o primeiro referendo de independência. Na época a opção de continuidade no Reino Unido superou a vontade dos independentistas por 55% contra 45% dos votos, justamente porque a população queria que a nação permanecesse na União Europeia.
Assim, ao conhecerem a vitória do "Brexit", que implica na saída de todo o Reino Unido da União Europeia, vários escoceses se manifestaram nesta sexta-feira (24/06) à noite em frente ao Parlamento de Edimburgo e em Glasgow para mostrar seu descontentamento com o resultado. Os participantes também protestaram contra "a corrente de racismo" que se propagou durante a campanha do referendo depois que os eurocéticos concentraram seus argumentos no suposto excesso de imigração à região.