Cerca de 900 mil pessoas tomaram as ruas de Sana, capital do Iêmen, para protestar contra os ataques aéreos liderados pela Arábia Saudita e manifestar apoio ao Conselho Político Supremo, órgão do governo criado pela oposição xiita, comandada pelos houthis, seguidores do ex-presidente Alí Abduláh Saleh.
A coalizão árabe realizou bombardeios contra os manifestantes. Até o fechamento desta matéria, não havia informações sobre número de possíveis mortos os feridos decorrentes da ação.
O presidente do conselho, Saleh al Samad, que disse ter a intenção de formar governo do país e o presidente do Parlamento, Yahia al Radi, estiveram presentes na marcha.
Os manifestantes içaram bandeiras do Iêmen e fotos de Samad. Eles também pediram unidade entre os iemenitas, como afirmou a agência Efe.
Nesse sentido, Samad afirmou que “a formação do governo pretende unificar todos os esforços para chegar a uma situação estável e a celebração de eleições gerais”.
Desde março de 2015, o presidente Abdo Rabu Mansur Hadi vive exilado na Arábia Saudita. O mandatário conta com apoio militar da coalizão liderada pela Arábia Saudita que combate os houthis.
A aliança militar começou em 2015, mas os ataques foram intensificados no início do mês, após as negociações de paz no Kuwait sob a égide das Nações Unidas, falharem.
O fracasso se deveu ao anúncio, feito por Samad, de que seria criado o Conselho Político para administrar país. Tanto Hadi, como a ONU, criticaram o anúncio.
Os manifestantes presentes nas praças de Sana neste sábado, no entanto, criticam o silêncio da comunidade internacional e das Nações Unidas quanto às mortes que estão ocorrendo pelas ações da coalizão árabe.
Cerca de sete mil pessoas, sendo mais da metade civis, morreram no Iêmen entre março de 2015 e julho deste ano. O número de feridos ultrapassa 30 mil. Além disso, cerca de 2,5 milhões de pessoas fugiram para evitar a violência.