O resultado confirmou o que as pesquisas já apontavam, um total desastre para o partido da chanceler Angela Merkel. A eleição foi vencida pelos social-democratas, com 31% dos votos. Mas o fato mais importante é o grande crescimento da extrema-direita, que terminou na frente do Partido Democrata-Cristão (CDU) de Merkel. A Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla e alemã0) ficou com 21% dos votos, contra 19,3% do CDU, pior resultado desde a fundação do partido. Há 11 anos no governo federal, a CDU sempre vencia na região. A participação foi considerada alta, com 60% dos eleitores indo votar (contra 51% nas últimas eleições).
Com esse resultado, Merkel sofreu uma dura derrota no momento em que sua popularidade está despencando. Ano passado, a popularidade da chanceler, segundo pesquisas, chegava a 75%, agora está em queda e já chegou a 45%. O desastre eleitoral em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental já coloca em dúvida a capacidade de Merkel reeleger-se no ano que vem.
A líder da AfD, Frauke Petry, comemorou dizendo que “por muito tempo os eleitores não foram ouvidos”. A imprensa tem apresentado o resultado eleitoral como consequência da campanha da extrema-direita contra a entrada de refugiados no País autorizada por Merkel. Mais de 1 milhão de refugiados entraram no país desde 2015. O sucesso da AfD seria devido à campanha contra a entrada desses refugiados.
Mas isso está longe de ser o motivo pelo qual um partido como a AfD foi capaz de crescer. O crescimento da AfD só é possível porque setores da burguesia e do grande capital já optaram por impulsionar a extrema-direita e apoiar um partido que está disposto a reprimir a população em meio à crise econômica. Desde o colapso neoliberal de 2008 o capitalismo não se recuperou. A saída dos capitalistas para a crise é aumentar a exploração dos trabalhadores, e para isso já preparam governos de força que reprimam violentamente a classe operária.