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Diário Liberdade
Terça, 17 Janeiro 2017 21:14 Última modificação em Sábado, 21 Janeiro 2017 23:09

Cinco banqueiros no caldeiro: responsabilidades apuradas? Destaque

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Coletivo Editor

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[Coletivo Editor] A inédita detençom de cinco ex-diretivos de Novagaliciacaixa, condenados em 2015 a dous anos de prisom, por cobrarem indemnizaçons ilegais autoatribuídas no valor de 22 milhons de euros, saltou nestes dias às manchetes dos meios galegos.


Umha condena mínima para um crime económico de dimensons consideráveis, que contrasta com as prolongadas prisons preventivas impostas a luitadoras e luitadores populares sem julgamento prévio. Porém, o cúmulo do paradoxo é a surpresa geral com que foi acolhida a detençom de José Luis Pego Alonso, Gregorio Gorriarán Laza e Óscar Rodríguez Estrada.

Certamente, faltam José Luís Mendes, ex-diretor de Caixa Galicia, reformado com 18 milhons roubados da entidade e dos seus clientes, e Julio Fernandes Gaioso, o seu colega e chefom da velha Caixanova, mas a experiência histórica já tinha levado ao sentido comum galego a certeza de que, mais umha vez, os grandes delinqüentes ao serviço do capital iriam ficar impunes, sem cumprirem nem sequer as ridículas penas impostas. Por enquanto, nom estám entre os primeiros banqueiros presos por umha série de grandes operaçons de especulaçom financeira, apropriaçons indevidas, fraudes e outras golpadas de grandes dimensons e muitos milhons de euros subtraídos.

Responsabilidades das instituiçons do Estado espanhol

Porém, a gravidade do assunto nom se limita aos cinco condenados, que tambem repartírom ajudas de custo a 19 integrantes da entidade que dirigiam, no valor de entre 9.000 e 308.700 euros.

A quantidade de dinheiro público desviada polo poder político espanhol para evitar a falência de várias das maiores entidades financeiras e bancos do Estado espanhol (10 milhons no caso da principal caixa galega) serviu, mais umha vez, para garantir negócios privados, entregando-as de volta ao grande capital financeiro sem nem sequer recuperar o dinheiro público esbanjado. No caso da entidade em causa, foi mal-vendida a um capitalista venezuelano, que comprou a entidade por pouco mais de umha décima parte do que tinha sido entregue a fundo perdido polo governo do PP (dinheiro dos fundos públicos pagos por todas e todos nós!).

Apesar da sentença, nom houvo nengumha devoluçom do dinheiro indevidamente apropriado, nem se exigírom responsabilidades ao Banco de Espanha pola falta de controlo da atividade do bando dos dirigentes da caixa galega.

Sabemos, sim, o resultado: sistema de caixas galego liquidado, reconvertido em Abanca, banco privado em maos do grupo venezuelano Banesco graças à prévia salvaçom pública da entidade em que aconteceu toda essa roubalheira.

É o momento de lembrar outro grande delinqüente, esse espanhol, Mario Conde, amigo pessoal do monarca e que, após umha longa carreira de crimes económicos, continua rico e famoso. No caso dos grandes financeiros galegos, ambos “merecedores” da Medalha Castelao atribuída polo governo do PP, nom temos nengumha dúvida de que viverám a sua velhice dourada como fiéis servidores que sempre fôrom do capital.

Tal como aquele, todo indica que estes banqueiros envelhecerám e morrerám no mesmo berço de luxo que os viu nascer.

Dificilmente poderám ser apuradas as responsabilidades de quem fai parte necessária do núcleo duro do sistema, e nom falamos dos cinco detidos, mas da classe social a que pertencem. Nom sem abordar o desmantelamento completo do sistema que os ampara. Entretanto, hoje existem já novos representantes da legitimidade sistémica que ocupam os seus lugares, outros nomes que ajudam a manter a ficçom social de que o sistema é regenerável, o regime emendável e a ética burguesa recuperável.

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