A guerra midiática é descomunal, uma quantidade de informação desvirtuada que tem sido criada para proteger a manipulação dos indiferentes. Porque na vida se fede ou se cheira, não pode existir meio termo quando se trata de defender a soberania dos povos. No caso da Venezuela, se está com ela ou se está com o inimigo, não se pode ser imparcial e ficar em silêncio porque isso é encobrir o extermínio da Memória Histórica, a dignidade e a identidade dos povos: sua decisão democrática tomada.
Uma América Latina dividida e sociedades traiçoeiras lançam dardos envenenados contra uma Venezuela soberana e digna, que tem sabido se levantar das cinzas, reconstruindo-se em meio à calamidade da desmemória que esmaga os outros povos irmãos. Com que moral questionamos sua política interna se nós temos sido covardes em manter governos neoliberais e bandos de ladrões.
Sempre chega esse momento na vida em que se deve tomar uma postura, ou se toma chimarrão fervente ou uma cerveja gelada. Ou se é campo aberto para a semeadura ou charneca e cimento. Essa decisão é consequência do raciocínio natural quando se está disposto a defender a dignidade; a dignidade não é outra coisa que a resistência e rebelião que mantêm os nossos princípios humanos mesmo que estejam chovendo balas os batalhões estejam nos perseguindo. Porque podem nos capturar, o que não poderão jamais é nos botar de joelhos; isso nós chamamos de sobrevivência.
E na América Latina estamos sobrevivendo a mais de 500 anos de genocídios, de exploração mineral, de assaltos, opressão e desmemória. Sobrevivemos ao traidor corrupto e bandoleiro que nos vende todos os dias. Ao que decide abrir as pernas sem que o peçam nem o obriguem, para benefício pessoal a custa de seu povo.
Não é tempo para ficar de lado e dizer que não nos importa a Venezuela, “porque cada país tem seus próprios problemas” isso é como nos confinarmos em nossa bolha e nos darmos golpes de peito, isso é dupla moral.
Se como latino-americanos seguimos permitindo a desinformação e a manipulação midiática, não merecemos uma terra como a Pátria Grande, merecemos viver pela eternidade dentro de uma plasta, inundados de nossas próprias misérias.
Todos podemos fazer algo sempre, desde onde estamos, docentes, artistas, camponeses, operários, párias, intelectuais: todos. Porque juntos somos milhões de veias que formam células e núcleos, juntos somos o arco reflexo, o coração da América Latina exuberante que um dia tiveram nossos ancestrais.
Não calar, evidenciar a propaganda de desinformação, em todos os lados, para isso só se necessita vontade e reafirmar os valores humanos. Isso é combater o monstro gigante do capitalismo. Não é fácil, é tarefa árdua, desgastante, mas outros deram suas vidas para que nós tivéssemos uma terra livre, tem sido rios de sangue os que têm corrido na América Latina, como para que agora venhamos de preguiçosos, indiferentes e descarados a manter silêncio porque nos disseram que em boca fechada não entra mosca.
Todos devemos ser Venezuela nestes momentos e cerrar fileiras contra a matilha de delinquentes que nunca mereceram nascer em uma terra tão digna como a Pátria Grande.
Assino embaixo das palavras do jornalista argentino José Steinsleger: “para o que você ordenar, senhor presidente!” e para Cristina, Evo, Lenín, Rafael, Lula, Dilma, aqui estou para o que ordenarem. Sempre defenderei o direito da América Latina de viver em liberdade, sempre defenderei o direito dos povos a viver em paz.
“Reproduza esta informação, faça circular pelos meios a seu alcance: a mão, a máquina, a mimeógrafo, oralmente. Mande cópias a seus amigos: nove de dez as estarão esperando. Milhões querem ser informados. O terror se baseia na incomunicação. Rompa o isolamento. Volte a sentir a satisfação moral de um ato de liberdade. Derrote o terror. Faça circular esta informação.” - Rodolfo Walsh.