Já passárom 8 anos desde aquela primeira consulta popular em Arenys de Munt, lá em 2009, 8 anos em que mudárom muitas cousas na correlaçom de forças do espaço soberanista.
Nom podemos obviar que a tipla crise que vive o Estado espanhol –económica, democrática e territorial– acelerou o processo. A involuçom do Estado num processo destituinte em que o povo trabalhador perdeu direitos e liberdades tivo a sua resposta na rua, com destaque para os Països Cataláns. Estas mobilizaçons fôrom as que criárom as condiçons de ruptura com o regime de 78 e o sujeito político passou a ser o povo trabalhador.
Após as eleiçons autonómicas de 2015, a composiçom do Parlament permitiu o avanço em direçom à autodeterminaçom do povo catalám, tendo a esquerda independentista representada pola CUP e outras organizaçons um rol ativo de caráter estratégico fundamental.
No dia 1 de outubro, o povo catalám tem muito em jogo, mas nom só; o resto de povos do Estado espanhol também.
É por isso que toda aquela pessoa que se considerar um democrata, nom tem que ser independentista, nom tem outra opçom que apoiar o Referendo de 1 de outubro. Nom há lugar para a equidistância: ou estás com a democracia ou estás com o poder, o statu quo e o Estado mais reacionário.
É por isso que a ambigüidade com que jogam os batoteiros da esquerda espanhola, com Podemos à cabeça, e o seu coro de palmeiros nas Galiza, torna insoportável. Os argumentos de “cunhadismo” da esquerda tricórnio pondo em questom a legitimidade e validade dum referendo nom pactuado com os herdeiros do franquismo coloca-os mais perto do Regime do que da democracia. Os “vivas” à Guarda Civil da bancada “morada” som clarificadores.
O outro dos argumentos mais manidos pola esquerda tricórnio e o de que é um processo dirigido pola oligarquia catalá, mas esquecem as leis aprovadas polo Parlament e tombadas polo Estado espanhol. Leis como o da igualdade efetiva entre mulheres e homes, contra os despejos, impostos, pobreza energética, impostos aos movimentos de capital... leis que suporiam avanços nas liberdades e direitos das pessoas.
Que nom se equivoquem Garzón, Pablo Iglesias, Errejón ou Yolanda Diaz: a única estratégia para quebrar o regimem de 78 nom é o centralismo constiuinte, nom. A única alternativa, como di Mireia Vehí, e o foquismo constituinte, no sentido mais guevariano do termo.
Ainda tenhem 48 horas para nom passar à lixeira da história como os seus precessores, aqueles que traírom a guerrilha antifranquista e assinarom a Constituiçom, e darem apoio ao referendo.
O povo catalám está perante, talvez, o maior reto da sua história e nom o vai ter fácil. É por isso que precisa de todo o apoio exterior possível. Chegou a hora da ternura dos povos. Chegou a hora do mambo!
Ferrol, 29 de setembro de 2017