O País quase paralisado e muita confusão política quanto ao que fazer. Em especial, à esquerda.
De fato, o movimento dos caminhoneiros começou com uma pauta conservadora. À exceção de uma redução nos impostos sobre o consumo dos mais pobres, praticamente qualquer outra redução tributária acaba beneficiando empresários e tirando ainda mais potenciais recursos dos serviços públicos.
Mas um movimento que envolve 2 milhões de trabalhadores e muitos bilhões de reais não pode simplesmente ser considerado produto de uma conspiração de direita. E foi isso que fizeram vários setores, principalmente petistas, antes de descobrirem que era exatamente esta postura que estava entregando de vez o movimento aos conservadores.
Como em Junho de 2013, a esquerda está confusa e luta para sair da paralisia ou do denuncismo mais alucinado. A vantagem é que já não há a defesa incondicional de um governo petista a cegar as análises.
Agora, porém, existe o risco de a contaminação eleitoral transformar o apoio aos caminhoneiros em oportunismo. Aquele que apoia tanto o movimento que tomou as estradas como alianças eleitorais com MDB e outras organizações políticas mafiosas.
Em Junho de 2013, como agora, é preciso disputar as pautas que mobilizam milhões. Não apenas entre nós, da esquerda, mas com uma direita que, cada vez mais, sabe usar as ruas.
A greve anunciada pelos petroleiros contra a política de preços da Petrobrás e pela recuperação de sua produção surge como uma bússola. Iniciativas como esta podem começar a liberar o movimento dos caminhoneiros do bloqueio patronal.