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Diário Liberdade
Quinta, 18 Agosto 2016 03:49 Última modificação em Segunda, 22 Agosto 2016 17:17

Uruguai confirma um dos motivos do golpe no Brasil: derrotar a Revolução Bolivariana

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Na última terça-feira (16), o jornal uruguaio El País publicou declarações do chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, que denunciou o governo brasileiro de tentar comprar o voto do país contra a transferência da presidência do Mercosul para a Venezuela.


Em 5 de julho o ministro interino de Relações Exteriores, José Serra, viajou ao Uruguai junto ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para se encontrar com Novoa e o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.

Na ocasião, Serra disse publicamente que o Brasil faria “uma grande ofensiva” comercial à África subsaariana e ao Irã, e que o Uruguai teria preferência como “sócio”. Mas com uma condição: o voto do Uruguai para suspender a passagem da presidência pro tempore do Mercosul à Venezuela.

O Brasil vem executando uma cruzada, juntamente com Argentina e Paraguai, para impedir que o governo venezuelano assuma a presidência pro tempore do Mercosul, que deve ser transferida a cada seis meses por ordem alfabética. A Venezuela segue o Uruguai na lista, por isso o governo de Nicolás Maduro exige que se cumpra a rotação. Por outro lado, os países opositores usam como desculpa a crise que vive o país para que isso não ocorra.

O chanceler uruguaio, muito corajoso em peitar os gigantes sul-americanos, defendeu a legalidade do bloco e a presidência do país caribenho: “a Venezuela é o legítimo ocupante da presidência pro tempore e, portanto, quando convocar uma reunião o governo uruguaio comparecerá”. Ele também destacou o posicionamento do presidente Tabaré Vázquez, de que o Uruguai “vai cumprir com a normativa e vai chamar a troca da presidência”.

Novoa denunciou os argumentos “eminentemente políticos” usados para “evitar, corroer, fazer bullying com a Presidência da Venezuela”.

O que ocorre é que os países que estão contra a Venezuela assumir legitimamente a presidência do Mercosul são exatamente os que vivenciaram recentemente transformações políticas apoiadas pelos Estados Unidos. O Paraguai sofreu um golpe de Estado em 2012, o Brasil no começo deste ano e Maurício Macri foi eleito presidente da Argentina no final de 2015 para aplicar uma política totalmente alinhada a Washington.

Três importantes países para a parte sul do continente, onde se localiza a tríplice fronteira na qual os EUA estariam implantando bases militares. Além disso, a política externa desses países voltou-se a favor dos acordos subservientes com a potência imperialista e tem sido hostil com os países do sul.

José Serra, um dos mais reacionários políticos da direita neoliberal brasileira, entreguista nato, foi escolhido a dedo para encabeçar a política externa do novo governo golpista. A entrega do petróleo nacional para os grandes monopólios estrangeiros é um dos principais objetivos, tanto é que a Operação Lava Jato foi desencadeada para desmontar a Petrobras e as empresas nacionais e proteger as estrangeiras.

No Senado, Serra já era um grande defensor da doação dos recursos petrolíferos ao grande capital internacional, esforçando-se para atender às demandas de seus “chefes”, como a privatização da Petrobras.

Mas Washington sabe que tem uma pedra no meio do caminho para a dominação total do continente: Caracas. A política de integração latino-americana implementada desde que Hugo Chávez chegou ao poder fortaleceu a região, mas, principalmente, o exemplo da Revolução Bolivariana de soberania nacional e tentativa da construção do socialismo não pode ser seguido por ninguém.

Os Estados Unidos tentaram de todas as formas derrubar o governo de Chávez. Na verdade conseguiram, mas o povo venezuelano o colocou de volta e apoiou o líder da Revolução Bolivariana até sua morte. Agora vem tentando derrubar, ao lado das oligarquias políticas e econômicas venezuelanas, o presidente Nicolás Maduro.

No plano externo, os Estados Unidos já declararam que a Venezuela bolivariana é uma ameaça a sua segurança nacional. No interno, Maduro resiste ao lado do povo, das Forças Armadas e de parte do judiciário. Enfrenta uma guerra econômica, que, executada numa época em que os preços do petróleo estão em baixa, gera inúmeras dificuldades para a economia venezuelana.

Nunca a Venezuela bolivariana esteve tão pressionada, com uma crise interna ligada às constantes investidas intervencionistas do imperialismo, e agora com a mais complicada crise externa, envolvendo os principais países da América do Sul que, encabeçados pelo governo golpista brasileiro, tentam executar sua missão de derrocar o governo venezuelano.

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