Aconteceu nas Paraolimpíadas 2016, mas a marca também lhe daria o ouro nas Olimpíadas.
Já o alemão Markus Rehm é campeão no salto em distância. Usando prótese em uma das pernas, ele quebrou o recorde mundial chegando aos 8,40 metros. A marca ultrapassa em 2 cm a do vencedor das Olimpíadas 2016.
Essas façanhas permitiriam esperar para breve a participação de paratletas nas Olimpíadas. Mas somente no primeiro caso, que não envolve próteses. Sobre estas últimas pesam suspeitas de que favoreçam artificialmente seu portador. Principalmente, as eficientes lâminas de fibra de carbono que substituem pernas amputadas.
Por enquanto, a Federação Internacional de Atletismo resolveu a polêmica decidindo que cabe ao paratleta provar a igualdade de condições para concorrer a uma vaga olímpica. No caso de Rehm, avaliações feitas por pesquisadores na Alemanha, Japão e Estados Unidos indicaram que a prótese ajuda no salto, mas atrapalha na corrida.
Ainda assim, o debate está longe de acabar.
De qualquer maneira, não seria difícil que, em breve, a tecnologia das próteses leve o desempenho paratlético a níveis inimagináveis. Neste caso, grandes empresas do ramo podem transformar a paraolimpíada em vitrine para a promoção de tecnologia biônica.
Também é possível que algumas pessoas recorram a amputações voluntárias para garantir patrocínios esportivos graúdos ou acrescentar a suas vantagens econômicas superpoderes físicos. Não se pode descartar, ainda, que essa tecnologia seja usada para formar exércitos biônicos.
Enfim, seria mais uma possibilidade de alívio para dramas humanos mutilada pela lógica do lucro e do poder.