Em declarações aos jornalistas à porta do Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN), Lurdes Ribeiro, afirmou que “depois de muitas insistências da nossa federação e do nosso sindicato, o Ministério da Cultura a única coisa que tem para dizer é que já pediu autorização ao Ministério das Finanças para abrir concurso”, de forma a integrar os precários.
A dirigente sindical acrescentou no entanto que aquilo que o sindicato exige “é que estes trabalhadores sejam integrados imediatamente no mapa de pessoal da administração pública”.
De acordo com Lurdes Ribeiro, há 108 trabalhadores a contrato a tempo incerto a nível nacional, “tanto dependentes da Direção Geral do Património Cultural (DGPC) como das respetivas direções regionais”, sendo que é no Norte que se regista o número mais elevado de trabalhadores - cerca de 30 - com este tipo de contrato.
“Não basta fazer estudos”
Lurdes Ribeiro afirmou ainda que no Soares dos Reis há oito trabalhadores precários há já quase sete anos e, nessa altura, “fizeram o seu procedimento concursal e prestaram provas”.
“Por que raio hão de agora fazer outra vez [provas para ingressar na função pública]” com a abertura de um novo concurso “quando servem há já muitos anos”, interrogou.
“Ouvimos dizer todos os dias, ou quase todos os dias, que o Governo está empenhado na luta contra a precariedade, que até já fez um estudo de quantos precários tem, mas fazer estudos não adianta, o que exigimos é a que estes trabalhadores sejam integrados”, adiantou a sindicalista.
Aquela dirigente sindical disse ainda que o sindicato está a “estudar formas de luta” com os trabalhadores para protestar contra a situação, admitindo que poderá ser convocada uma greve na próxima semana.
“Estamos a entrar numa fase de grande afluência de visitantes aos museus”, designadamente na Páscoa e o Dia dos Museus, e “a decisão será tomada na próxima semana”, disse.
Além da integração dos precários, o STFPSN reclama também melhores condições de trabalho, além de uma “clarificação das carreiras e dos conteúdos funcionais” dos trabalhadores, uma vez que "o assistente técnico é o guarda do museu, mas também é o administrativo”.