Os sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN que representam trabalhadores da Navigator Company (designação que o Grupo Portucel Soporcel adoptou há um ano) desmentiram a informação patronal de que, excepto no complexo industrial da Figueira da Foz, já tinha sido obtido acordo salarial com as várias estruturas. A Navigator fez essa afirmação numa comunicação interna e numa nota de imprensa, publicadas no dia 15, quando trabalhadores da Figueira da Foz e de Setúbal se reuniram junto à sede, na Mitrena, para acompanharem a quinta sessão de negociações.
O desmentido sindical foi divulgado no dia 16, contemplando já o resultado destas duas reuniões. «Não foi celebrado nenhum acordo» e «entendemos que o processo negocial ainda não se encontra fechado», sublinhou o SITE Sul. Nessa nota de imprensa, o sindicato esclareceu que, nas negociações dos cadernos reivindicativos da Arboser, EMA21, ATF e Headbox, «os negociadores, em representação dos trabalhadores destas empresas que exercem as suas funções no complexo fabril de Setúbal, não podem nem devem assinar um acordo que não respeite a vontade dos trabalhadores dessas empresas que trabalham na Figueira da Foz e em Cacia».
Reafirma-se que «o SITE Sul e o SITE Centro-Norte tudo irão fazer para que a Administração apresente uma proposta justa, que venha ao encontro das justas reivindicações apresentadas e que traga a mais possível uniformização dos direitos dos trabalhadores das empresas do Grupo Navigator (Portucel) em todas as matérias).
Os sindicatos têm combatido a estratégia de criação de empresas subsidiárias que, a par da subcontratação, tem como resultado diminuir a remuneração e os direitos de muitos trabalhadores. Em centenas de casos, foi conseguida a passagem a efectivos de trabalhadores com vínculos precários. Mas persistem disparidades. Realizaram-se plenários de trabalhadores na Figueira da Foz, nos dias 16 e 23. Neste último, foi decidido avançar para a greve, caso a Navigator não responda antes de 4 de Abril à proposta sindical apresentada nas negociações. Em apoio a estas posições foi lançado um abaixo-assinado, que iria ser entregue ontem à administração.
A concretização da luta será feita num plenário já marcado para dia 5, quarta-feira.
Os trabalhadores da Imprensa Nacional Casa da Moeda decidiram, na sexta-feira, dia 24, realizar na próxima terça-feira, 4 de Abril, às 9h30, um plenário público, junto ao Ministério das Finanças. A decisão foi tomada no quadro da luta em defesa do Acordo de Empresa (que a administração pretende anular), pelo fim dos vínculos precários e por aumentos salariais, que não ocorrem desde 2010. O Ministério das Finanças detém a responsabilidade principal para a satisfação destas exigências, como explicou Navalha Garcia, dirigente do SITE Centro-Sul e Regiões Autónomas, à agência Lusa.
Supermercados
Para dia 5 de Abril, às 11 horas, está marcada uma concentração de trabalhadores dos hiper e supermercados Jumbo e Pão de Açúcar frente à sede do Grupo Auchan, em Alcântara (Travessa Teixeira Júnior). Para permitir uma mais ampla participação, o CESP/CGTP-IN emitiu um pré-aviso de greve.
No comunicado em que anunciou a realização desta luta, o sindicato refere que, na última reunião, a direcção de Recursos Humanos comunicou a recusa de aumento dos salários. Estes continuam a ser da ordem dos 580 euros, para trabalhadores que chegam a ter oito ou mais anos de serviço, ou dos 632 euros, no topo de carreira, mesmo que trabalhem há duas ou três décadas na empresa.
Uma situação semelhante ocorre no Pingo Doce (Grupo Jerónimo Martins), cujos trabalhadores vão realizar plenários e iniciativas públicas na segunda semana de Abril, nas lojas e armazéns.
Das duas empresas, com altas responsabilidades dirigentes na APED, o CESP exige que contribuam para que seja garantida a negociação do contrato colectivo, incluindo a actualização dos salários, pois a associação patronal já adiou várias reuniões.
Nos comunicados, o sindicato alerta os trabalhadores para violações patronais de direitos relativos a organização de horários, descontos por ausências inferiores a um dia de trabalho, avaliações e férias, entre outros.
O CESP convocou uma greve nacional nos supermercados DIA Minipreço, para 13 de Abril, pelo aumento dos salários e o fim do assédio e da repressão, como refere a União dos Sindicatos de Lisboa, citando um comunicado aos trabalhadores daquela insígnia.