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Sexta, 02 Junho 2017 19:44 Última modificação em Domingo, 04 Junho 2017 16:35

Mais dinheiro para a NATO?

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País: Portugal / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Jornal Mudar de Vida

[Pedro Goulart] Da conversa de Trump à de Azeredo Lopes.

Na cimeira da NATO, recentemente realizada em Bruxelas, Donald Trump acusou “23 dos 28” países membros desta Organização de não cumprirem as suas “obrigações financeiras”, avisando que 2% do Produto Interno Bruto “é o mínimo” exigível para reforçar a defesa colectiva. E afirmou que tal “não é justo para as pessoas e contribuintes dos Estados Unidos”, salientando que algumas destas nações “devem massivas quantidades de dinheiro dos últimos anos”. Trump referia-se ao compromisso, assumido na cimeira desta organização imperialista, em 2014, de, no espaço de uma década, todos os aliados destinarem 2% do respectivo PIB a despesas militares.

Os EUA pretendem exigir um pagamento proporcional aos países europeus da NATO, escamoteando o facto dos dirigentes norte-americanos, incluído Trump, terem sempre utilizado esta aliança sobretudo em benefício próprio, isto é, com vista a atingirem e manterem o seu objectivo central de dominação económica, militar e política do mundo. E, aqui, os negócios do armamento, nomeadamente dos EUA, não são um factor despiciendo.

Mais. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que os membros da Aliança concordaram em aumentar a luta contra o terrorismo e em “investir mais e melhor” nesta. A NATO, explicou, vai “aumentar o apoio à coligação para derrotar o ISIS (Estado Islâmico), aumentar a vigilância aérea e partilhar mais informação”, mas sem entrar em combates no terreno. E, sobre o financiamento, Stoltenberg salientou que “todos os aliados devem cumprir” o compromisso assumido em 2014, de acordo a mensagem deixada em Bruxelas pelo presidente dos EUA, acrescentando que os países membros da Aliança se comprometeram a apresentar planos nacionais para a partilha de encargos. Parece que Donald Trump encontrou em Stoltenberg o homem certo que, à semelhança dos seus antecessores, se tem revelado um dedicado capataz dos norte-americanos!

Assim, no calor dos acontecimentos, e sob o pretexto da luta contra o terrorismo e de defesa perante a Rússia, pretendem os governantes capitalistas ocidentais reforçar a NATO, aumentando o seu poder bélico e sacando mais dinheiro ao povo. Os dirigentes e os apologistas da NATO fazem fortes esforços para que os povos esqueçam ou, quando tal se revele impossível, procuram branquear o papel, as responsabilidades e as cumplicidades criminosas dos governantes desta aliança imperialista, pelas chantagens e pelas guerras levadas a cabo, nomeadamente na Jugoslávia, no Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, assim como pelos massacres por ela perpetrados em numerosas partes do mundo. E embora as memórias, muitas vezes, pareçam andar ausentes, quem já esqueceu os tenebrosos locais de prisão, tortura e morte das democracias da NATO, como os acontecimentos observados em Abu Graib e Guantânamo?

Simultaneamente com a cimeira da NATO, activistas e pacifistas de diversas organizações participaram numa contra-cimeira, para manifestarem a sua oposição à militarização e como resposta à cimeira que Donald Trump e os líderes da Aliança Atlântica, capitaneada pelos EUA, realizavam em Bruxelas. Cerca de 140 pessoas foram detidas em dois protestos, segundo afirmaram os organizadores das várias iniciativas anti-NATO. Manifestações justas, mas longe das mobilizações e combatividade alcançadas no passado.

Portugal e a NATO

Segundo os dados do relatório da NATO, de 2016, publicado em 13 de Março último, no ano passado apenas cinco países desta aliança imperialista atingiram ou ultrapassaram o objectivo acordado, designadamente Estados Unidos (3,61%), Grécia (2,36%), Estónia (2,18%), Reino Unido (2,17%) e Polónia (2,01%). Nesta lista, Portugal surge na 12.ª posição entre os 28 Estados-membros, ao ter consagrado 1,38% do PIB a despesas na área da defesa.

Apesar de António Costa não ter estado presente na conferência de imprensa que se seguiu à cimeira, aí compareceram os ministros dos Negócios Estrangeiros, Santos Silva, e da Defesa, Azeredo Lopes, indicando este, de modo claro, que “a posição portuguesa, expressa pelo primeiro-ministro, foi a de que Portugal honrava evidentemente todos os compromissos assumidos e obrigações internacionais”. Azeredo Lopes acrescentou ainda que está a ser elaborado um plano português para cumprir estes compromissos e “esperar que na reunião de Junho de ministros da defesa da NATO já haja algumas ideias um pouco mais claras sobre o assunto”.

Será que António Costa vai resistir às ordens de Trump ou, seguindo o exemplo dos governantes seus predecessores (vg Durão Barroso e o seu papel criminoso na guerra do Iraque) vai ceder aos amantes e fautores da guerra (internos e externos), esbanjando mais dinheiro com a NATO? Já não ousamos falar sequer em o actual chefe do governo português poder ter a clarividência, a humanidade e a coragem de se afastar daquela aliança imperialista.

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