A exigência de uma «verdadeira política de protecção civil, com um sistema capacitado e eficaz» foi formulada, no dia 2, pelo Executivo da Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP, a propósito dos incêndios que, uma vez mais, consumiram parte da mancha florestal da Serra da Estrela. O Partido assume, nesse documento, que a política de Protecção Civil «não pode continuar a secundarizar a prevenção, falando ou procurando intervir em cima dos problemas». Deve, sim, procurar preveni-los.
Há muito que o PCP defende a implementação de medidas capazes de atacar as causas dos incêndios que todos os anos – e com grande incidência neste verão – destroem milhares de hectares de floresta portuguesa, com todas as consequências económicas, sociais e ambientais decorrentes dessa situação. As propostas do PCP para a prevenção dos fogos florestais passam, entre outras, pela adopção de uma política florestal que valorize os recursos e respeite as diferentes realidades sociais existentes na floresta portuguesa, nomeadamente a pequena propriedade e a propriedade comunitária, contribuindo assim para travar o abandono e fixar as populações.
No campo da Protecção Civil, o Partido bate-se pelo fim do subfinanciamento que há muito afecta o funcionamento do sistema, com reflexos ao nível dos equipamentos e meios disponíveis e dos direitos dos profissionais. No Programa Eleitoral para as eleições legislativas de 2015, o PCP proponha uma aposta na prevenção, «com a promoção de estudos científicos e a elaboração e cumprimento de cartas de risco e planos de emergência e socorro», a par do «ordenamento e prevenção eficaz da floresta portuguesa».
A nova política de Protecção Civil defendida pelo PCP passa pelo reforço das verbas do Orçamento do Estado canalizadas para esse sistema, o respeito pela autonomia das autarquias e a valorização de «todos os agentes da protecção civil, nomeadamente os bombeiros, com a atribuição dos meios e formação necessários».
No comunicado em que reafirma os aspectos centrais das propostas do Partido para o sector da Protecção Civil, o Executivo da DORG manifesta ainda a sua solidariedade para com as populações afectadas pelos fogos e valoriza o trabalho dos bombeiros envolvidos no combate a este incêndio, realçando as «duras e difíceis condições» em que o fizeram.