Em 2014, protestos opositores agitaram o país sul-americano exigindo a renúncia do presidente eleito Nicolás Maduro. As manifestações ficaram conhecidas como “guarimbas”, pois consistiam em barricadas, incêndios, armadilhas e utilização de armas brancas e de fogo contra instalações públicas e simpatizantes do chavismo.
Foram contabilizadas 43 mortes, sendo seis guardas, dois policiais e um funcionário do Ministério Público, além de muitos militantes apoiadores de Maduro e da Revolução Bolivariana. Cerca de 850 pessoas também resultaram feridas.
A partir desses acontecimentos, foi criado o comitê de vítimas das guarimbas, que vem lutando desde então para a punição dos criminosos e para que a comunidade internacional saiba o que aconteceu e continua acontecendo realmente na Venezuela, pois a oposição continua ainda hoje organizando atos violentos para desestabilizar o governo.
Durante aqueles protestos de 2014 “foram criados grupos para assassinar qualquer pessoa”, denunciou à Telesur Zoraida Bravo, uma das representantes do comitê. “Essa é a nossa luta, para que as pessoas saibam o que aconteceu na Venezuela, o que fizeram [os opositores] e o que continuam fazendo.”
O principal organizador e incentivador dos atos violentos durante as manifestações antigovernamentais foi o político Leopoldo López, líder do partido de direita Voluntad Popular. Ele foi processado e preso por causa disso, e é aclamado pela oposição e pelos meios de comunicação como um herói e preso político.
“Leopoldo López se converteu no ícone da perseguição política, enquanto há videos e uma série de documentos que provam sua incitação à violência”, argumentou a defensora dos direitos humanos e candidata à presidência da Colômbia Piedad Córdoba, também presente na Cúpula da Celac.
Ela comparou a situação dos direitos humanos na Venezuela e em seu próprio país e o tratamento dado pelas autoridades internacionais e os meios de comunicação.
“Na Colômbia existem 8 mil presos políticos, em condições subumanas. Muitos se suicidaram e muitos foram praticamente condenados à morte porque não se respeita suas condições de saúde, e não se diz absolutamente nada sobre isso”, declarou.
A oposição na Venezuela não parou com suas ações, mesmo após o início dos diálogos de paz implementados pelo governo para tentar uma conciliação mínima que acabe com as tentativas desestabilizadoras.
No início desta semana, manifestantes de direita pediram a antecipação das eleições presidenciais que ocorrerão em 2018.
Nesta quarta-feira (25), a coligação Mesa de Unidade Democrática (MUD) rejeitou a retomada de diálogo com o governo, em nova proposta entregue pela União das Nações Sul-americanas (UNASUL) e pelo Vaticano, que são os mediadores do diálogo.