anos. De acordo com o Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci) já são 62 mortos confirmados, dezenas de feridos e mais de 62 mil afetados por chuvas e inundações. Ao todo, 24 regiões do país estão sofrendo com as enchentes. A mais afetada delas é Piura, fronteira com o Equador, onde ocorreu o maior volume de chuva em 50 anos.
Infelizmente, situações calamitosas como essa não são novidade na América do Sul, e no Brasil também, consequentemente. Os verões da região são marcados por fortes chuvas e a falta de infraestrutura para conter e prevenir desastres como esse é latente.
Ano após ano, teme-se por um novo desastre, principalmente aqueles que moram em regiões próximas a rios, ou em encostas com riscos de desabamento. Em 2011, a Região Serrana do estado do Rio de Janeiro sofreu o maior desastre climático que se tem registro no território brasileiro. Foram 905 mortos e milhares de desalojados oficialmente. No entanto, moradores e até especialistas afirmam que os números podem ser muito maiores. Até hoje, as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e região sofrem com consequências disso.
Seriam essas tragédias mero acaso do destino, ou impossíveis de conter? Ou por trás desses fatos desoladores podemos apontar falta de investimentos necessários em planejamento urbano, infraestrutura, segurança e saúde públicas? Até que ponto ocorrência de mudanças climáticas causadas pela ação do homem não potencializam esses riscos?
O capitalismo é comprovadamente um sistema que vêm exaurindo os recursos naturais e gerando mudanças climáticas, ainda que no centro do sistema, o presidente dos EUA queira negar esse fato. Além disso, países periféricos, como os latino-americanos, sofrem com a falta de investimento nas áreas supracitadas e com o completo descaso com as populações que vivem em áreas de risco, muitas vezes por não terem condições financeiras de arcar com uma mudança e o custo de vida em áreas mais habitáveis.
Quantos terão de morrer até que se perceba a gravidade desse tema em nossa região? Aos irmãos e irmãs peruanos fica a nossa solidariedade e um desejo de força para resistir a esse desastre “natural”, nem tão natural assim. #FUERZAPERU
Foto: Reprodução CatVEHD