Em Lima, capital do país, pelo menos 5 mil pessoas protestaram contra a libertação. Os manifestantes, entre os quais familiares das pessoas assassinadas pelas forças do governo quando Fujimori estava no poder, denunciaram o indulto como um ato de impunidade. PPK foi chamado de "traidor" e "cúmplice do criminoso".
Fujimori, de 79 anos, cumpria uma pena de 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos e corrupção. Ele havia sido hospitalizado no sábado (23) em uma clínica local, com diagnóstico de hipotensão e arritmia cardíaca.
Além dos protestos de rua, a decisão pelo indulto abriu nova crise no governo de PPK, que havia conseguido superar um processo de impeachment contra ele, baseado em acusações de corrupção envolvendo a Odebrecht. Analistas apontam que o perdão a Fujimori fez parte das costuras políticas que evitou a derrubada do atual governo.
Ainda durante o dia de Natal, pelo menos quatro deputados da base do governo renunciaram. Minutos após à decisão, o porta-voz do partido governista, Vicente Zeballos, também havia abandonado o cargo.
O diretor executivo para a América da Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, qualifica a libertação de Alberto Fujimori como uma "vulgar negociação política".