Os manifestantes também rejeitaram a postura de sectores da oposição Venezuelana, que justificaram as mais recentes ameaças do Presidente norte-americano de intervenção militar no país.
Para o Presidente Nicolás Maduro, as ameaças de Trump são «o erro mais grave que algum país fez a um país da América Latina», citou a AVN do discurso realizado no final da marcha, no Palacio de Miraflores.
O presidente venezuelano sublinhou que as ameaças dos EUA vieram depois do «fracasso das suas forças internas na Venezuela», referindo-se à oposição, acrescentando que esta foi derrotada pelo povo, com as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, com mais de 8 milhões de votantes, fazendo com que os EUA decidissem «sair eles mesmos para enfrentar a Revolução Bolivariana».
Maduro lembra que o comunicado da Mesa da Unidade Democrática, constituida pela oposição, justificou as ameaças de Trump, não dizendo «uma palavra para defender o direito à paz» na Venezuela, informou a AVN.
Segundo a Alba Ciudad, o presidente bolivariano afirmou ainda que o objectivo primordial do governo nacional centra-se na recuperação da estabilidade e equilíbrio da actividade económica nacional, afectada pelos poderes que promoveram a guerra económica no país.
Também foram destacados no discurso de Maduro os acontecimentos que ocorreram no sábado passado, em Charlottesville, Virginia, onde um grupo de extremistas e supermacistas brancos, com bandeiras nazis e símbolos, que afirma serem muito parecidos com os que usam elementos da oposição venezuelana, atacaram cidadãos que se opunham à manifestação fascista.
«Este povo está decidido a enfrentar os extremistas, supermacistas e racistas dos Estados Unidos, e derrotá-los com a coragem e a força mestiça que os faz ser orgulhosamente venezuelanos, bolivarianos e latino-americanos», afirmou.
Responsáveis por acções terroristas devem responder ao povo
Na sua intervenção, Maduro afirmou ainda que os responsáveis pelas acções terroristas efectuadas durante 120 dias para justificar a intervenção estrangeira, devem responder ao povo.
É nesse sentido que pede a intervenção da Comissão da Verdade da Assembleia Nacional Constituinte perante quem deixou «mais de 100 mortos e mais de mil feridos», assim como danos a bens público e privados, e apoio à ingerência externa.
O povo que defende a pátria
Segundo o testemunho de Marianne Gómez, de Caracas, presente na marcha e citada pela Alba Cuidad, «milhões de mulheres estão dispostas a dar até a vida. A Venezuela é um país independente, soberano e não vamos aceiar nenhuma ingerência», afirmou numa transmissão da VTV. Mais testemunhos foram citados pelo orgão de comunicação.
«Estou aqui a apoiar a liberdade, para que respeitem o nosso país, temos liberdade!», afirmou Marinela Lira». Para Eugenia Herrera, «dão vergonha e pena, essa oposição miserável que temos, que a única coisa que fizeram na história foi vender o povo por três centavos», referiu a trabalhadora de Caracas, acrescentando que estes opositores «causaram a morte de mais de 120 inocentes e agora, como se nada fosse, querem ser governadores... mas não serão».
Já Angelina Barrios, trabalhadora do sector da saúde e residente do estado de Lara, afirmou que «a maldição do país é contar com uma oposição destrutiva, que não constrói, não propõe, só critica e pede o intervencionismo». Nesse sentido, a trabalhadora defende que o Estado venezuelano deve declarar como «persona non grata», todos os venezuelanos que, «valendo-se da sua investidura política, traiem a pátria».
Andrés Ochoa, motorista e estudante, afirma que os dirigentes de direita não voltarão a governar a Venezuela, sublinhando que «a Revolução Bolivariana chegou para ficar». «Por isso desistam, [a oposição de direita], demorámos 18 anos, e agora temos a inclusão social para os pobres, a quem querem tanto mal», concluiu.
Avança o exercício de soberania bolivariana
O comandante-chefe da Força Armada Nacional Bolivariana informou que, nos próximos dias 26 e 27 de Agosto, será realizado a nível nacional um exercício cívico militar de defesa integral armada para contribuir para a soberania do país, revela a AVN.
O chefe de Estado revelou o objectivo de incorporar o povo venezuelano num plano de defesa denominado «Exercício Soberania Bolivariana 2017», referindo que irão avançar com a defesa «de cada palmo de território, cada bairro e cada população» e que «continuaram a trabalhar para estar à altura e serem dignos merecedores de tanta solidariedade no mundo».