De fato, Cuba tem sido nesses anos o único país da área a cumprir completo os seis objetivos de integração educativa marcados pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.
Quanto ao resto de países, “apenas um a cada três países do mundo atingiu a totalidade dos objetivos mensuráveis da Educação para Todos (EPT) estabelecidos no ano 2000", segundo o relatório de acompanhamento do referido programa. Na América Latina e no Caribe, “Cuba foi a única nação a cumprir estes objetivos".
No caso do Brasil, ele cumpriu unicamente duas de seis metas mundiais marcadas para a educação, afirma o relatório da Unesco.
O principal objetivo da série de seis é a escolarização universal de todas as crianças em idade de cursar o ensino fundamental. Além de Cuba, que já o cumpria, só metade dos países da América Latina e do mundo verificou esse compromisso. A universalização da educação está ainda longe no mundo capitalista atual, existindo carências enormes em cobertura económica das políticas da maioria dos países.
Seriam necessários, segundo o referido relatório, US$ 22 bilhões anuais para completar as contribuições previstas pelos governos, visando garantir o sucesso dos novos objetivos em matéria de educação para o período 2015-2030.
No caso da América Latina, destaca o alto grau de evasão escolar e de analfabetismo. Com a referida exceção de Cuba, no resto da região “ainda há 3,7 milhões de crianças sem escolarização".
"Mais de um quinto dos alunos do ensino fundamental da região abandonam a escola antes de terminar este ciclo de aprendizado" e esta situação "não sofreu qualquer mudança desde 1999".
"Os índices de analfabetismo caíram em 26% em toda a região, um percentual muito distante dos 50% previstos neste objetivo", assinala a Unesco, que estima que apenas Bolívia, Peru e Suriname "vão atingir a meta estabelecida".
Quanto aos adultos, a Unesco informou de que uns 33 milhões "carecem de conhecimentos básicos de leitura e escrita" na América Latina, sendo a maioria -55%- mulheres.
O relatório recomenda a obrigação de se cursar um ano de ensino pré-escolar no mínimo, assim como a extensão de um modelo de "educação gratuita que deve abranger cadernos, livros, uniformes e transporte escolar", assim como a aplicação de "convênios internacionais sobre idade mínima" para o trabalho, a adequação das políticas de alfabetização às "necessidades das comunidades" e a redução das "disparidades de gênero em todos os níveis".