Também em outras regiões do país houve mobilizações, como no estado de Mérida (foto). No estado de Carabobo, 14 municípios viram manifestantes chavistas irem às ruas. Uma multidão compareceu a um comício com o primeiro vice-presidente do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), Diosdado Cabello.
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O dirigente afirmou que a oposição, que é maioria na Assembleia Nacional, deixou aquele local no domingo (23) às pressas quando o povo ocupou a Assembleia em protesto contra suas conspirações “porque sabe que o povo não permitirá um golpe de Estado”.
Além disso, anunciou que no próximo dia 3 de novembro “quem vai a Miraflores é o povo”, em resposta ao anúncio feito pela oposição de realizar uma marcha no mesmo dia ao mesmo local. “Miraflores é do povo, Miraflores é da pátria, não da burguesia”, declarou Cabello.
Na quarta-feira (26), a ala radical da oposição, liderada por Enrique Capriles, fez uma manifestação em todo o país. Os protestos foram violentos, inclusive com alguns dos simpatizantes da oposição utilizando armas de fogo. Um policial morreu no estado de Miranda e no estado de Cojedes três dirigentes chavistas foram agredidos. No estado de Amazonas, uma funcionária pública foi violentamente agredida por membros do partido Vontad Popular, quando estes atacaram um grupo de manifestantes chavistas que estavam reunidos na cidade de Puerto Ayacucho.
No mesmo dia, multidões foram às ruas de toda a Venezuela defender a legalidade democrática e o governo de Nicolás Maduro, manifestações que se repetem por toda a semana. Para esta sexta-feira (28), também estão programados protestos em defesa do governo. Durante a semana que vem também serão organizadas diversas mobilizações por todo o país.
A nova onda de protestos opositores foi convocada por Capriles em resposta à suspensão temporária da coleta de assinaturas para um referendo revogatório decretada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). O órgão apura fraudes na coleta, pois muitas denúncias indicam que milhares de assinaturas são falsas – incluindo de pessoas falecidas e menores de idade.
A oposição também aprovou na última terça-feira (25) o início de um julgamento político contra Maduro por supostos descumprimentos de seus deveres em meio à crise econômica e política que foi implantada na Venezuela. Essa ação dos opositores foi considerada inconstitucional, porque na Constituição Venezuela um “julgamento político” não é previsto contra o presidente da República.
Ainda nesta quinta-feira, Nicolás Maduro anunciou um aumento de 40% no salário mínimo dos trabalhadores e trabalhadoras venezuelanas. Esse é o quarto aumento salarial do ano. O acumulado de 2016 é de 454% no aumento salarial.