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Diário Liberdade
Quinta, 19 Julho 2018 18:58 Última modificação em Domingo, 29 Julho 2018 23:24

Nicarágua é agora o alvo

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País: Nicarágua / Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: Granma

[Raúl Antonio Capote] Sujeitos mascarados, armados com morteiros e bazucas caseiras bloqueiam as avenidas, fecham as principais ruas, atacam instituições estatais, queimam pneus, ateam fogo, saqueiam e matam.

Até o momento, aproximadamente 170 pessoas morreram na Nicarágua, vítimas do caos e a violência. Uma forte campanha na mídia acompanha os eventos e, mais do que acompanhá-los, dinamiza-os, multiplica-os, falsifica-os sem pudor.

Os atos violentos são apresentados como manifestações pacíficas de estudantes, a imprensa mostra fotos de «assassinadas pelo governo sandinista», mas a mentira tem pernas curtas e o engano vem à baila. Várias denúncias mostram que os mortos estão vivos, um jovem que mora no exterior retorna para negar a mentira perante as câmeras, mas isso não é reproduzido pela grande mídia.

De acordo com o publicado pelo blogueiro e escritor Max Blumenthal, no início de junho, um grupo de ativistas da oposição do governo da Nicarágua se reuniu em Washington DC, com líderes da Freedom House. O grupo de oposição, conhecido como m19, foi pedir a Donald Trump e outros funcionários do governo dos Estados Unidos «para ajudá-los em sua luta contra o presidente nicaraguense Daniel Ortega».

As ligações das organizações norte-americanas com os acontecimentos na Nicarágua e em outras partes do mundo são claramente mostradas no texto de Blumenthal. «A Fundação Nacional para a Democracia é um agente principal do poder suave dos Estados Unidos, que se intrometeu em assuntos de outros países, desde a sua fundação, no auge da Guerra Fria, em 1983 (...)». E o autor cita Allen Weinstein, fundador do NED, em 1991: «Muito do que fazemos hoje foi feito, há cerca de 30 anos, pela CIA».

O orçamento com o qual a NED opera vem do Congresso dos Estados Unidos, que lhe concede milhões, a cada dois anos, como parte do orçamento do Departamento do Estado. Também recebem doações de quatro associações: a Fundação Smith Richardson, a Fundação John M. Ohin, a Fundação Lynde e Harry Bradley e a Freedom House, indiretamente financiadas por contratos federais.

O dinheiro é distribuído entre o Instituto Republicano Internacional (IRI), o Instituto Nacional Democrático para os Assuntos Internacionais (NDI), o Centro Americano para a Solidariedade Internacional do Trabalho, da Federação Americana dos Sindicatos Congresso da Indústria Organizações (AFL-CIO) e o Centro para a Empresa Privada Internacional (CIPE, sua sigla em inglês), da Câmara do Comércio, que por sua vez distribui recursos monetários e materiais a outras organizações no território norte-americano e no mundo, e desembolsam dinheiro e materiais para as organizações de oposição em países que não têm a simpatia do governo norte-americano.

A história do blogger americano enfatiza sobre os culpados: «Além da NED, a Usaid foi o promotor mais ativo da mudança de regime contra os governos de orientação socialista na América Latina. Na Nicarágua, o orçamento da Usaid ultrapassou 5,2 milhões, em 2018, com a maioria dos fundos destinados à formação da sociedade civil e organizações da mídia.

É a mesma Usaid que utilizou as verbas da Aliança para o Progresso, programa de «ajuda econômica, política e social» dos EUA, uma sorte de Plano Marshall e a primeira grande tentativa de deter a revolução latino-americana e isolar Cuba, para financiar a repressão. Mas em vez de engenheiros, técnicos e trabalhadores qualificados, a Usaid formou policiais, soldados, paramilitares, torturadores e assassinos inescrupulosos; em vez de usinas, plantações agrícolas e escolas, construiu centros de detenção e tortura.

Não se deve esquecer que foi a mesma Usaid que também financiou a formação de grupos de extermínio, pagou programas de «saúde» que ocultavam processos desumanos de esterilização na América Central e colaborou com os narcoagentes da CIA, na operação Irã-Contra.

A Usaid criou uma rede profunda em nosso continente, que atrai quadros, faz líderes, penetra a sociedade civil. Um verdadeiro exército intervencionista de «especialistas», «consultores», «assessores» que trabalham no desenvolvimento destes planos subversivos. Somente nos seus primeiros dez anos de criação, o NED distribuiu mais de 200 milhões de dólares em 1.500 projetos para apoiar os chamados «Amigos da América».

Sérvia, Geórgia, Quirguistão, Belarus, Ucrânia, Irã e Venezuela, onde quer que haja um governo que viola os interesses dos EUA agem os especialistas em desestabilização e caos, generosamente financiados.

Mercenários, delinquentes, funcionários pagos do «golpe suave», das «Revoluções das Cores», revoluções com nomes marcantes e pacíficos, projetadas em laboratórios de Langley, também conhecidas como a Revolução das Rosas, Revolução das Tulipas, Revolução Laranja, ou mais próximo da realidade, como a Revolução do bulldozer na Sérvia, onde os soldados e armas da nova guerra são a compra de consciências acríticas e o engano, a sedução mediante o uso de conceitos atraentes para jovens e muito dinheiro, todo o dinheiro que seja necessário. E, naturalmente, agora o novo alvo é a Nicarágua.

ENTRE OS PROJETOS SUBVERSIVOS DA USAID, NA NICARÁGUA, SÃO:

- Participação dos cidadãos no processo eleitoral.

- Incubar uma cultura de transparência na juventude nicaraguense.

- Treinamento de jovens estudantes de comunicação para produzir histórias que promovam a autoeficácia.

- Multimídia para a governança democrática.

- Fortalecimento do direito dos cidadãos de mulheres e jovens de Masaya.

- Marco Legal de Ação Cidadã para jornalistas.

- Participação ativa dos cidadãos nicaraguenses em seu direito de voto.

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