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Quinta, 26 Outubro 2017 11:48 Última modificação em Domingo, 29 Outubro 2017 12:52

Cronologia: da espionagem ao Golpe de Estado no Brasil

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País: Brasil / Resenhas / Fonte: Causa Operária

Passados alguns anos do início do golpe, até hoje, e com o aumento diário da crise, que pode levar a um novo golpe militar, apontamos uma cronologia resumida do golpe para uma visão em perspectiva dos acontecimentos.

Resumo do golpe até aqui:

2012

 

  • Explode o maior esquema de espionagem do governo dos EUA no mundo, revelado por Edward Snowden. O Brasil é um dos principais países espionados; na época o governo era de Dilma. Os efeitos de uma espionagem desse porte podem ser não só relacionados ao mercado, mas políticos.
  • Mensalão vem perdendo força, apesar de toda a balbúrdia da imprensa. Somente um partido anunciava que estava sendo armado um Golpe de Estado: o PCO.

 

2013

 

  • Após protesto pelo aumento da passagem, no dia 13 de junho, arrebenta as manifestações por conta da agressão da polícia aos atos. A Av. Paulista é interditada pela Polícia e a tropa de choque; milhares são presos. A imprensa, em um primeiro momento, ataca as manifestações, mas logo depois, com o apoio da população aos manifestantes, muda o ângulo e começa a apoiá-la.
  • 17 de junho: o número de manifestantes é espantoso em todos os Estados. Os meios de comunicação, desesperados, usam de todo seu poder e mudam a pauta para palavras de ordem genéricas, mirando o governo Dilma nos jornais, rádios, revistas e TVs. Começam as primeiras agressões dos coxinhas e fascistas contra a esquerda.
  • 21 de junho: a polícia se infiltra nas manifestações sem o uniforme e com os coxinhas hostiliza e tenta fazer os partidos que estavam na manifestação desde o início baixarem suas bandeiras. A FIESP incita o público contra o governo do PT com a bandeira do Brasil na iluminação de sua fachada. Somente o PCO reage e não baixa as bandeiras; os demais partidos de esquerda se espantam e não conseguem avaliar a situação. Começa a polarização no Brasil.

2014

 

  • A direita golpista pressiona o governo Dilma a adotar sua pauta econômica e o governo cede em alguns pontos. O PT não combate, e a direita pressiona cada vez mais. É inaugurada a Operação Lava Jato.
  • Nos últimos meses do ano, a direita, unida na campanha de Aécio Neves, começa o ataque total contra Dilma nas eleições, desestabilizando seu governo. A revista VEJA publica uma capa, na véspera, incriminando Dilma e Lula sem provas. Dilma ganha o 2º mandato. No mesmo dia, Reinaldo Azevedo, colunista da VEJA, da Folha e porta-voz da direita, promete derrubá-la com um impeachment.

2015

 

  • Dilma cede para a direita e coloca Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, no lugar de Guido Mantega. Mesmo assim o governo é atacado diariamente pela imprensa; vários ministros de Dilma caem. O governo está cercado e diversas forças políticas pressionam para o ajuste fiscal. Apesar de o PT ceder em alguns pontos, é muito aquém do que a direita, o capital estrangeiro e os empresários brasileiros gostariam. Os ataques para derrubar o governo aumentam, dirigentes petistas são presos sem provas.

2016

 

  • O PMDB entra de vez no golpe de Estado com o PSDB e forças do capital nacional e estrangeiro. Sergio Moro, juiz da Lava Jato, vaza áudios para a imprensa de conversas de Lula e Dilma; a ação é ilegal, e mesmo sem nenhum conteúdo comprometedor ajuda a dar força ao golpe. O PT não reage de forma firme.
  • Dilma é afastada em maio, acusada de “pedaladas” fiscais, prática comum em vários governos e que nunca foi considerada crime. Os golpistas se articulam para derrubá-la de vez.
  • Em agosto, a presidente é afastada definitivamente do cargo, e os votos do povo são rasgados.
  • O conspirador Michel Temer, vice de Dilma, toma posse. Começam os ataques aos trabalhadores e à população no geral.
  • Lula vira o principal alvo da Lava Jato.

2017

 

  • O governo Temer começa as reformas da CLT, amplia a terceirização, precarizando ainda mais a vida do trabalhador. Ele também faz cortes na saúde e na educação e começa com uma onda de privatizações ainda maior que no governo FHC. Somado a isso, começam os ataques aos sindicatos, bastiões da luta dos trabalhadores.
  • A reforma da previdência, mãe de todas as reformas, trava no parlamento.
  • A direita se irrita; apesar de todas as maldades o golpista Temer não consegue ser eficiente e rápido como a direita e o imperialismo gostariam.
  • Começa o ataque ao seu governo pela rede Globo e a luta de duas alas golpistas, uma mais nacionalista e outra pró-imperialista.
  • A extrema direita cresce, Bolsonaro aparece em 2º lugar nas pesquisas para as eleições.
  • Lula, mesmo condenado na Lava Jato, cresce extraordinariamente e dispara nas pesquisas, aparecendo em primeiro lugar, longe dos demais candidatos. O povo entende o que é a Lava Jato e o golpe. A polarização volta a crescer.
  • O exército, que estava oculto no golpe, aparece na figura de Mourão, e o país é ameaçado com um golpe militar.
  • A notícia de que o impeachment foi comprado é abafada pela imprensa; o golpe fica mais escancarado do que nunca.

 

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