Numa dessas declarações, o deputado candidato questionou se o Brasil ainda tem a soberania sobre a Amazônia. “Será que a Amazônia ainda é nossa”?, indagou. “Hoje em dia, ouso dizer que dificilmente a Amazônia é nossa” , completou (Folha de S. Paulo Online, 14/12/17). O candidato bufão ainda comparou as terras indígenas a “zoológicos”.
Ainda falando sobre o tema , o candidato direitista e bravateiro disse que para “salvar ao menos parte da Amazônia, é preciso buscar parcerias com países democráticos como os EUA para a exploração dos recursos minerais” (idem).
As declarações de Bolsonaro em Manaus – assim como outras que quase diariamente são tornadas públicas – revelam que detrás de uma retórica puramente demagógica de defesa dos “interesses nacionais”, oculta-se um programa de entrega do país e de ataques à soberana nacional em favor dos grandes grupos capitalistas estrangeiros.
A exemplo dos seus colegas de farda da caserna, que ameaçam o país com uma intervenção militar golpista (também fazendo uso de declarações supostamente nacionalistas e de defesa do país contra a ameaça “comunista”), Bolsonaro não diz uma só palavra sobre a criminosa operação dos golpistas usurpadores contra o patrimônio público e a economia nacional. Nenhuma declaração contraria à privatização da Eletrobrás e outras estatais; à liquidação da soberania nacional no tocante as jazidas petrolíferas do pré-sal que estão sendo doadas às grandes petroleiras internacionais; e a entrega da base militar de Alcântara, no Maranhão, para o controle dos norte-americanos.
Nas intenções de voto para presidente da república, Bolsonaro vem aparecendo em segundo lugar, ostentando percentuais entre 15% a 20% das intenções de voto, muito distante do primeiro colocado, o ex-presidente Lula, que tudo indica sairia vitorioso do pleito ainda no primeiro turno. A situação, no entanto, caminha velozmente no sentido do aprofundamento da crise do regime político e não há qualquer garantia de que o calendário eleitoral será cumprido e respeitado pela direita golpista.
A direita e seu projeto de destruição e entrega do país deve ser combatida na luta do dia a dia da classe operaria e do movimento de massas. Esta luta deve ser travada cotidianamente e nunca deve estar subordinada ao calendário eleitoral da burguesia e seu regime de fome e miséria. Os ataques e a ofensiva da direita reacionária, do candidato coxinha Bolsonaro e dos militares golpistas somente poderão ser rechaçados através da luta contra o golpe de Estado.