Por Riobaldo Tartarana
A Executiva Nacional da CUT tomou uma decisão de “construir a greve geral para barrar o golpe”, em 24 de maio e a tornou pública sete dias depois. Uma greve geral não é uma decisão qualquer. Significa a mobilização de toda a classe trabalhadora para defender seus interesses enquanto classe, contraposta diretamente aos da burguesia e de seu estado.
Cerca de 30 deputados do Parlamento Europeu enviaram nesta sexta-feira (27/05) um pedido para que a União Europeia suspenda todas as negociações com o Mercosul devido à “falta de legitimidade” do atual governo brasileiro, liderado pelo vice-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer.
[Eduardo Maretti] Para Analúcia Danilevicz Pereira, da UFRGS, não há dúvida de que os Estados Unidos encaram impeachment de forma positiva, mas Casa Branca vai "tratar a questão com muita reserva e cautela"
[Eduardo Maretti] Para Guilherme Mello, da Unicamp, Estado do bem-estar social, que começou a vigorar com a Constituição de 1988, pode começar a ser desmontado com medidas anunciadas por governo interino
[Mauro Luis Iasi] “Por parte do conspirador, não há senão medo, inveja e a suspeita da punição, que o atormenta” Nicolau Maquiavel
A cena em uma aula da Flacso, em Santiago de Chile, agosto de 1967. Os alunos dos dois mestrados ofertados no momento, um em Sociologia e outro em Ciência Política, esperam com entusiasmo a chegada de um novo professor de economia: um jovem exilado brasileiro, com impecáveis antecedentes de esquerda, que pela primeira vez ministraria um curso a nível de pós-graduação. O Diretor da instituição faz a apresentação formal e pouco depois o professor passa a explicar seu programa, coisa que faz em um bom “portunhol” e com marcado acento brasileiro, que servia para matizar a aridez de seu discurso. O conteúdo e a bibliografia são rigorosamente marxistas, sem a menor fissura pela qual pudesse deslizar-se alguma outra vertente de pensamento econômico.
Segundo a historiografia oficial e oficiosa, grosso modo, as forças políticas brasileiras – e latino-americanas, em geral – dividir-se-iam, de bom grado, em dois grandes blocos: liberais doutrinários vs. autoritários instrumentais; luzias vs. saquarema; conservadores entreguistas vs. nacionais desenvolvimentistas; coxinhas e petralhas. Nada novo sob o sol. Contudo, a dicotomia não resiste à prova. Não apenas no sentido de que outras forças diabolizam essa simbologia bipartidária, borrando o espectro, mas também pelo fato de que, como alertava Gabriel Garcia Marquez, “nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder”. Não afirmamos a identidade entre Michel Temer e Dilma Rousseff, diga-se de uma vez. Apenas pontuamos a necessidade de saber de quais diferenças se tratam. Afinal de contas, o que temer?
Por: Alexandre Rosendo
O Brasil testemunhou, nesta semana, um dia que poderá iniciar uma era de regressos sem precedentes para o povo. Nesta quarta-feira (11), o Senado Federal votou favoravelmente ao impeachment de Dilma Rousseff, numa sessão com senadores mais sujos que pau de galinheiro e que faziam jus à mediocridade de seus antecessores da sessão da Câmara dos Deputados. Num processo corrupto, fraudulento, ilegal e imoral até mesmo sob o ponto de vista do Direito Burguês, o verdadeiro Golpe de Estado que afastou Dilma não tinha outra razão de existência senão ser parte constitutiva do sem-número de “revoluções coloridas” bancadas pelo imperialismo norte-americano por todo o planeta.
Uma quadrilha de bandidos tomou por assalto a presidência do Brasil. Ela é integrada por três atores principais: por um lado, um elevado número de parlamentares (lembrar que sobre dois terços deles pesam gravíssimas acusações de corrupção), a maioria dos quais chegou ao Congresso como produto de uma absurda legislação eleitoral que permite que um candidato que obtenha apenas umas poucas centenas de votos ganhe uma cadeira graças à perversa magia do “quociente eleitoral”. Tais eminentes ninharias puderam destituir provisoriamente a quem chegou ao Palácio do Planalto com o aval de 54 milhões de votos.
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