Causa Galiza denuncia a responsabilidade do Estado espanhol perante atual a vaga de incêndios
Causa Galiza, organizaçom política independentista, deseja transmitir e compartilhar com o povo galego esta seguinte série de reflexons com motivo da vaga de incêndios que assolárom o nosso País na passada fim-de-semana. O objetivo das mesmas nom é puramente formal ou declarativo: pretende ir à raíz da problemática, contribuir para a ativaçom do imprescindível sentido crítico e ajudar à tomada de decisons de País frente a esta situaçom cronificada:
1. Lamentamos, em primeiro lugar, a morte de três pessoas em Chao de Brito e Carvalheda de Ávia como consequência da vaga incendiária produzida na passada fim-de-semana e transmitimos as nossas condolências aos seus e suas familiares, amig@s e contorna social.
2. Constatamos mais umha vez as consequências catastróficas do encadeiamento dumha série de políticas erróneas como fôrom a desertizaçom e destruiçom da base produtiva do rural galego, a generalizaçom do monocultivo do eucalipto, a subordinaçom das políticas florestais aos interesses e necessidades da transnacional ENCE e doutras empresas do setor da madeira, a ausência de políticas efetivas para a prevençom e combate do lume e o cuidado e proteçom das nossas massas florestais, com as suas correspondentes políticas orçamentares, etc. O Ecocídio que suporta este País e, em especial, os nossos montes, é inexplicável sem trazermos em conta toda esta realidade de partida que delata o rol colonial que suporta a Galiza e a permanência dumhas autoridades que fam da destruiçom a sua guía de atuaçom.
3. Resulta absolutamente cínica a posiçom do Partido Popular, consistente em responsabilizar à “mudança climática”, os “ventos dominantes”, a “seca prolongada” com descenso das taxas de humidade, etc.. por umha catástrofe que é abordável e atalhável com políticas acertadas. A presença sistemática do lume nos nossos montes nom é, de nengum jeito, umha catástrofe natural, mas o resultado sinistro de decisons políticas tomadas no passado e da presente incapacidade, desleixo ou indisposiçom da administraçom autonómica para atalhar esta situaçom. Como é lógico, Núñez Feijoó está mais preocupado com cumprir os seus deveres de lacaio de ENCE do que com defender o nosso território do espólio colonial.
4. Resulta óbvia a existência dumha trama organizada dedicada a incinerar os nossos montes: o acontecido simultaneamente num espaço tam reduzido de tempo é inexplicável sem o concurso de fatores como organizaçom, premeditaçom, recursos humanos, materiais e financeiros, diretrizes, etc. A tese cobra ainda mais veracidade quando comprovamos que este tipo de acontecimentos se produzem aliás desde há décadas. É muito significativo –e deixamos este ponto para a reflexom- que nunca esta trama que conta com tam poderosa capacidade operativa fosse golpeada e desativada por um Estado que, paradoxalmente, é ponteiro e paradigmático em investigaçom e repressom policial a nível da Uniom Europeia.
5. Ausência anunciada do Estado espanhol e da administraçom autonómica. Novamente, o povo galego constata em própria carne numha situaçom crítica, com risco para a vida humana, a absoluta ineficiência do Estado e da administraçom autonómica, como parte deste, à hora de responder a umha crise nacional. As imagens de milhares de compatriotas em todo o território a combaterem os factos resenhados com o próprio corpo e meiso rudimentares som avondo expressivas ao respeito e trazem para as nossas memórias a crise da maré negra do Prestige, quando o povo galego tivo que enfrentar umha catástrofe ambiental com os seus próprios e limitados recursos.
6. A auto-organizaçom popular foi novamente a única ferramenta real com que contou a Galiza para fazer frente a um sinistro ambiental e social de dimensons monumentais. Isto será sempre um motivo de orgulho irrefutável. O nosso povo tem umha notória capacidade de se organizar quando é imprescindível para a defesa dos seus interesses. No entanto, nom exime de responsabilidades às autoridades estatais que hoje tenhem a potestade legal sobre o nosso território e sobre a naçom.
7. Colocar a independência nacional como norte coletivo. Nom existem soluçons singelas para problemas complexos e o do lume fai parte deste tipo de problemas. No entanto, temos a conviçom de que, para além de medidas paliativas imediatas, como seria o despejo da casta corrupta que leva décadas incrustada na administraçom autonómica e é conatural a esta, e a implementaçom de políticas florestais de signo radicalmente oposto às conhecidas, o povo galego deve situar em perspetiva a construçom do seu próprio Estado ao serviço dos interesses da maioria social deste País. Só a plena soberanía política e a rutura da subordinaçom colonial permitirám abordar em condiçons esta situaçom.
8. Causa Galiza chama o povo galego a participar nas mobilizaçons e atos de repúdio que se convoquem nas próximas horas e días para contestar este novo atentado ecológico. Aliás, apelamos aos galegos e galegas a pormos sobre a mesa a responsabilidade do Estado espanhol e da sua administraçom regional na catástrofe sócio-ambiental nacional. Enquanto a Galiza permaneza subordinada a um Estado servil à oligarquía do IBEX 35, os problemas fundamentais do País serám irresolúveis.
Causa Galiza
16 de outubro de 2017
Agora Galiza
Alerta nacional perante vaga incendiária.
PP continua avançando na destruiçom planificada da Galiza.
As altas temperaturas derivadas da mudança climática global facilitam a propagaçom dos incêndios florestais e dificultam o seu combate.
Porém, as causas da vaga incendiária que arrasa milhares de hetáreas do nossa naçom, com destaque para as comarcas do sul, respondem às depredadodaras políticas aplicadas por Espanha e a Uniom Europeia nas últimas décadas.
A destruiçom do mundo rural derivada da entrada da Galiza na Europa dos mercaderes, imposta por Espanha, tem provocado o despovoamento, o êxodo e envelhecimento de imensas áreas geográficas.
A susbtituiçom da agricultura e gandaria por enormes plantaçons de pinheiros e eucaliptos, permite explicar as principais razons de porque levamos mais de 50 anos assistindo a devastadores incêndios que destroem o ecossistema, arrasam com a nossa riqueza etnográfica e arqueológica, perante a passividade criminal das autoridades.
Nom podemos desconsiderar que interesses madereiros e urbanísticos também som responsáveis dos incêndios. Porêm, para podermos explicar porque nos últimos dez dias ardem as joias naturais da Galiza, porque o lume consome o Jurês, os Ancares e o Caurel, nom podemos evitar denunciar a existência de um deliberado plano que pretende destruir os seus ecossistemas para assim fazer desaparecer os obstáculos legais que os protegem do assalto das empresas da minaria extrativa e das eólicas.
Se desaparece a riqueza ecológica a proteger, os terrenos podem ser requalificados e portanto instaladas minas, parques eólicos, plantaçons industriais de espécies pirófitas, para o enriquecimento das empresas, muitas delas vinculadas com a máfia do PP.
A Junta da Galiza que há umha semana despediu a vários centenares de brigadistas, fala de mais de oitenta incêndios, mas a realidade constata que som muitos mais os focos que nestes momentos geram angústia e pánico na área metropolitana de Vigo, nas aldeias da Límia, do Jurês e do Caurel, do Condado e a Paradanta, do Carvalinho e Chantada, de Sárria e da Terra de Lemos, nas estradas e vias de comunicaçom, pola destruiçom da natureza, de vivendas e propriedades, pondo em perigo a vida de centenares de vizinhas e vizinhos.
Perante esta situaçom a máfia pirómana instalada em Sam Caetano carece de um plano de contigência eficaz por falta de meios suficientes e basicamente de interesse. Os seus estreitos vínculos e cumplicidades com as empresas privadas que se lucram do combate aos incêndios, aos intereses dos complexos de pasta de papel de Ence-Elnosa, das empresas de aerogeradores, som determinantes nos acontecimentos em curso.
Agora Galiza transmite a sua solidariedade com todos aqueles compatriotas que nestes momentos estám sofrendo perante o avanço do lume, com as famílias e amizades das duas primeiras vítimas falecidas em Nigrám.
A esquerda independentista e socialista galega solicita a imediata demissom de Ángeles Vázquez Mejuto, a Conselheira De Meio Rural, assim como de Alberto Nuñez Feijó, pola suas indiscutíveisresponsabilidades nesta tragédia nacional.
Apelamos ao conjunto do povo trabalhador galego a secundar as mobilizaçons que amanhá se desenvolverám nos principais núcleos urbanos do país, sabendo que os que estes dias penduram em fachadas ou passeiam polas ruas a bandeira da ditadura espanhola, nom estarám denunciando aos responsáveis desta catástrofe nacional.
Nom podemos permitir que os instintos suicidas instalados em segmentos detacados do nosso povo facilitem que a Galiza se converta num gigantesco monocultivo de ecucaliptos, numha mina a céu aberto, numha pilha de eólicos, que só provocarám a nossa miséria como povo.
Direçom Nacional de Agora Galiza
Na Pátria, 15 de outubro de 2017