Um pedido de correção ou de contestação a uma reportagem, quando chega a uma editoria de um veículo de comunicação, deflagra quase sempre um processo de reações refratárias que se estende
A campanha só vai durar um mês. Qualquer pessoa interessada em colaborar pode se incorporar, sem serem precisos conhecimentos prévios. O Diário Liberdade fornecerá formação.
Mesmo em um cenário de possível crise, no qual divide e disputa lugar com “notícias” vindas de todos os lugares, o jornalismo mantém uma centralidade como espaço público importante para decifrarmos o mundo.
[Bruno Lima Rocha] Desde que foi lançada, a Operação é uma campeã de audiência e recordista nacional em exposição seletiva. ---- A Operação Lava Jato é um marco na história brasileira em todos os sentidos. Ao afirmar que é marcante e criva um paradigma, não me refiro a esta operação jurídico-policial como necessariamente positiva. No final das contas, o volume de dúvidas é equivalente ao de certezas. Ficamos na dúvida se a operação criminaliza toda atividade de Estado e nos certificamos que as empreiteiras de sempre são culpadas de novo. ---- Este marco da Lava Jato também implica na ascensão de uma nova elite do Estado. Definitivamente, vivemos um período de restauração de tipo republicana, com discurso jacobino, práticas liberal-oligárquicas e a representação da “pureza” por parte de magistrados federais, promotores e procuradores, além de delegados da Polícia Federal.
Nas conversas de boteco, a mídia sempre é culpada por tudo o que é mal compreendido. Os que ganham o pão na TV, publicidade, cinema ou fazendo revistas – especialmente as femininas – sabem que quando a pauta da conversa é juventude hiper-sexualizada, eles serão os principais acusados. É um fato que, frente aos problemas da sociedade, é muito difícil discriminar a influência de uma fonte de informação sem considerar a contaminação por outras (lembro agora os outdoors da Playboy que todos os turistas que vinham a Brasil fotografavam como exemplo de exposição involuntária das belezas locais).
[Denize Bacoccina] No Carnaval deste ano, em meio a uma profusão de notas sobre a animação dos foliões e fotos com mulheres em trajes sumários nas escolas de samba em sites de notícias de todo o país, a Agência Brasil publicou uma reportagem sobre uma pesquisa mostrando que quase metade dos homens considera que “bloco de rua não é lugar de mulher direita”. A grande repercussão da matéria, exclusiva, mostrou que – mesmo em meio à folia de Momo – existe espaço no jornalismo para uma discussão mais séria sobre o machismo e o espaço da mulher na sociedade.
Autora de diversos livros, a psicanalista e jornalista Maria Rita Kehl é também conhecida por suas análises críticas aos meios de comunicação no Brasil.
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