O protesto, convocado pelas principais organizações sindicais do país, teve forte impacto no sector dos transportes e saúde, onde o funcionamento dos serviços esteve reduzido aos mínimos, assim como no encerramento de bancos, escolas, universidades e outras empresas do sector privado, indica o Greek Reporter.
Os trabalhadores gregos manifestaram-se contra os planos do governo do Syriza de introdução de novas medidas de ataque aos direitos laborais. Em causa estão exigências feitas recentemente pela troika, cujo terceiro programa se mantém em vigor na Grécia, de aprofundamento da liberalização dos despedimentos, particularmente no sector privado, e de cortes nos salários e pensões, informa o Morning Star.
De acordo com o jornal britânico, dezenas de milhares de trabalhadores participaram nos protestos que decorreram em Atenas, e mais de 5000 terão estado na manifestação que teve lugar em Salónica. Realizaram-se ainda manifestações em outras 63 cidades, organizadas pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME).
As medidas que afectam trabalhadores, pensionistas dos sectores público e privado, ou devedores de crédito à habitação em situação de incumprimento estão a ser exigidas pela troika do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu para desembolsar a nova tranche do terceiro empréstimo à Grécia, negociado pelo actual governo e assinado em Agosto do ano passado.
A Grécia tem estado sujeita às imposições da troika desde 2010 e o actual governo, apesar das expectativas criadas aquando da vitória eleitoral do Syriza em Janeiro de 2015, não inverteu a política de cortes na despesa pública e retirada de direitos aos trabalhadores.
Nos últimos sete anos, o Produto Interno Bruto (PIB) grego encolheu 26,5%, enquanto a taxa de desemprego passou de valores abaixo dos 10% para perto de um quarto da população activa. A dívida pública passou de 113% do PIB para perto dos 180% e os salários caíram, em média, cerca de 20% desde 2010.