Quando milhares de prisioneiros palestinos estão em greve de fome, declarou-se “na primeira linha contra o antissemitismo”. Ignorando o desrespeito sistemático de Israel pelas resoluções da ONU, afirmou que Israel deve ser tratado “como qualquer outro” estado. Desprezando a sabotagem israelita à formação de um estado palestino, defendeu “o direito inegável” à existência de Israel. Condenou o “discurso de ódio” antissemita, escondendo o discurso de ódio dos sionistas contra os palestinos. Fugindo de tratar os temas quentes, não disse palavra sobre o recente ataque militar de Israel ao aeroporto de Damasco nem sobre as ameaças ao Irão.
Guterres pareceu seguir, ponto por ponto, as directivas de Trump que, num vídeo projectado no congresso, fez do antissemitismo e das vozes que, segundo ele, falam em “destruir Israel” a cortina de fumo atrás da qual sempre passaram as agressões dos EUA no Médio Oriente e, concretamente agora, as agressões à Síria e as ameaças de agressão ao Irão.
O Congresso Mundial Judaico, sediado em Nova Iorque, representa comunidades de 100 países e é uma força poderosa no apoio político e na angariação de financiamento a Israel.
O eng. Guterres fazia bem em prestar atenção ao que, por exemplo, Norman Finkelstein tem dito sobre o chamado conflito israelo-palestino. Finkelstein, cientista político e activista, é um judeu norte-americano proibido de entrar em Israel pelas suas denúncias do colonialismo sionista. O livro que publicou em 2000 sob o título “A indústria do holocausto” mostra como Israel e os sionistas manipulam as violências cometidas sobre os judeus pelos nazis para obterem ganhos políticos e financeiros. O livro tem um subtítulo que fala por si: “Reflexões sobre a exploração do sofrimento dos judeus”.