Com mais de 400 mil trabalhadores nas ruas e 180 manifestações por todo o país, se realizou hoje a primeira greve geral no governo de Macron, que pretende impor sua reforma que flexibiliza as condições trabalhistas dos trabalhadores franceses pela via do decreto autoritário.
Vários sindicatos, encabeçados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) se somaram à jornada de greve e protestos, com maior incidência sobretudo dos transportes públicos e com centro na Administração, na energia e no transporte público, mais especificamente nos ferroviários.
Por considerar que haviam tido algumas concessões de Macron, nem a CFDT, primeira central operária e de linha reformista, nem a FO, com força entre os funcionários públicos, se somaram a essa convocatória, ainda que muitos militantes de ambos os sindicatos e algumas federações acudiram igualmente as manifestações contra suas direções, as quais estão sob pressão.
Dessa forma, os transportes foram onde a paralisação teve maior incidência, atrasando voos nos aeroportos e estações de trem. Além disso, os portuários de Le Havre, símbolo de luta durante as jornadas do ano de 2016 contra a reforma de François Hollande, também se somaram à jornada, paralisando o porto.
A jornada contou também com enfrentamentos entre os manifestantes e a repressão policial do governo, principalmente nas cidades de Paris, Lyon e Nantes.
Essa forte greve geral ocorre em meio à queda da popularidade do presidente Macron, que decresceu 60% nos últimos três meses, queda que ainda não se recuperou, multiplicando a tensão e estreitado as margens de ação do governo, o qual agora deve se preparar para uma nova jornada no dia 21 de setembro, véspera da tramitação da reforma.