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Diário Liberdade
Segunda, 27 Junho 2016 08:19 Última modificação em Segunda, 27 Junho 2016 17:50

A direita caminho de reter o governo espanhol, com o reformismo em recuo e sem alternativas revolucionárias Destaque

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País: Estado espanhol / Institucional / Fonte: Diário Liberdade

As eleiçons espanholas deste 26 de junho apresentárom várias surpresas no baile de resultados das diversas candidaturas, todas elas do sistema.

Todos os inquéritos realizados polas grandes empresas metroscópicas errárom de maneira ostensível e em relaçom a praticamente todas as candidaturas, assim como os “grandes” analistas políticos a soldo dos media do sistema errárom nas suas previsons.

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A primeira surpresa da noite foi o aumento em votos e assentos do governante Partido Popular, afundido até o pescoço em corrupçom, promotor da política austericida e protagonista da roubalheira generalizada nas instituiçons mediante a sua entrega a empresas privadas do grande capital.

A "Nova Social-Democracia", derrotada

Em contraste, a grande esperança do reformismo, aspirante a liderar esse “turnismo ordenado” que agora chamam “ruturismo”, protagonizou a grande derrota relativa da noite. Nom porque o de Podemos-IU + autonomismos social-democratas (Juntos Podemos) fosse um mau resultado, mas porque a previsom era ganhar ao social-liberal PSOE e poder presidir um governo dito “de mudança”.

Porém, a alternativa social-democrata liderada por Pablo Iglesias com o apoio do Partido Comunista de Espanha (PCE) foi incapaz de melhorar os resultados de ambas forças separadas no passado mês de dezembro. Juntos Podemos demonstrou assim ser o paradigma das “somas que restam”, pondo sobre a mesa mais umha vez a inviabilidade do reformismo na atual fase de crise sistémica capitalista.

No caso do PSOE, principal força junto ao PP do turnismo espanhol, continua a bater recordes de perda de assentos e de votos, o que nom impede a sua satisfaçom pola conservaçom do seu posto de principal partido da suposta “oposiçom" no Estado espanhol.

Ciudadanos, perdendo apoios em favor do PP, já se ofereceu como sustento para um governo de direita, que mesmo assim dependeria do placet do PSOE.

E nas naçons sem Estado?

A debacle do reformismo como alternativa de governo vê-se maquilhada parcialmente no País Basco e na Catalunha, onde Pablo Iglesias cumpre a sua promessa de derrota do independentismo e constitui-se em primeira força eleitoral.

No caso catalám, a reformista ERC confirma a hegemonia no campo independentista, enquanto a esquerda revolucionária representada pola CUP, em plena crise interna, voltou a optar pola coerência, ficando fora da campanha eleitoral espanhola.

Quanto ao País Basco, a coligaçom independentista EH Bildu, incorporada ao mercado de votos como mais umha opçom da esquerda reformista, continua a perder apoios, passando em poucos meses de 219.125 para 184.092, como quarta força e em empate técnico com o Partido Popular.

Na Galiza, o Partido Popular sai reforçado a poucos meses das eleiçons autonómicas. Aumenta em votos e em deputados (de 10 para 12), enquanto o PSOE se mantém e Em Maré tem umha significativa perda de votos, superior a 70 mil, e fica com um deputado menos (de 6 para 5). Já o BNG, continua a sua queda livre, ficando na mínima expressom a nível quantitativo de votos. Passa de 70.863 em dezembro para 44.902 agora e, como já estava, fora do parlamento espanhol. A resposta da sua nova porta-voz, Ana Pontom, confirma o continuísmo: culpabiliza os meios, os grandes partidos e afirma que a próxima campanha autonómica já começou para o BNG...

Falta umha referência à abstençom, que voltou a ser, no conjunto do Estado espanhol, de 30%, o que confirma umha significativa falta de legitimidade formal do processo, umha vez que a opçom maioritária do eleitorado carece de qualquer expressom institucional.

Com exceçom da Catalunha, onde a esquerda anticapitalista continua trabalhando com o olhar na conquista do poder e nom das eleiçons (apesar da crise interna que agora mesmo atravessa), o resto de naçons do Estado espanhol mostram umha evidente e dramática carência de forças significativas que assumam umha estratégia revolucionária. O resultado disso é a frustraçom de qualquer expetativa de mudança real, umha vez que o reformismo liderado por Podemos conseguiu retirar das ruas as importantes mobilizaçons de massas que há uns anos enchiam as ruas do Estado espanhol em resposta às agressons dos governos do grande capital. Nada disso já existe e a situaçom institucional volta a ser muito favorável para a direita continuar com a sua ofensiva contra a classe trabalhadora e as naçons oprimidas.

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