A descoberta foi feita por intermédio de um telescópio TRAPPIST, um telescópio de apenas 60 centímetros localizado no Chile. A equipa de investigadores criou o telescópio para monitorizar 60 estrelas anãs ultrafrias em comprimentos de onda infravermelhos e pesquisar planetas a orbitar à sua volta.
A equipa centrou as suas pesquisas na estrela agora chamada de TRAPPIST-1, que tem um oitavo do tamanho do Sol e é significativamente mais fria. Os cientistas aperceberam-se que regularmente o sinal de infravermelho diminuía ligeiramente, sugerindo que havia objetos a passar com uma cadência à frente da estrela. Confirmaram tratar-se de três planetas, com dimensões e temperatura entre a de Vénus e a da Terra, ou seja, condições propícias à existência de água em estado líquido e de vida.
O próximo passo será estudar a composição atmosférica dos planetas e pesquisar a existência de vida nos mesmos, explicou o co-autor do trabalho, Julien de Wit “Estes planetas estão tão próximos, e a sua estrela é tão pequena, que podemos estudar a sua atmosfera e composição e, mais à frente, mas ainda na nossa geração, verificar se são realmente habitados. Todas essas coisas são alcançáveis e são alcançáveis agora. É um jackpot na área”.
Em termos de metodologia, o trabalho dos investigadores foi inovador em vários aspetos. Por um lado, escolheram seguir estrelas anãs ultrafrias, e não estrelas semelhantes ao Sol. As estrelas como o Sol, emitem tanta luminosidade que não permitem que se vejam sinais de outros planetas. Já as estrelas anãs ultrafrias emitem uma radiação ténue na banda infravermelha, que permite a deteção de sinais de outros planetas, algo que foi fundamental nesta descoberta, no entanto, a maioria das pesquisas não procura este tipo de estrelas.
Por outro lado, os investigadores escolheram concentrar-se num número pequeno (60) de estrelas próximas, em vez de muitas estrelas ao mesmo tempo (o telescópio terrestre Kepler, por exemplo, estuda cem mil estrelas ao mesmo tempo).