Para começar, somos um país que nasceu sob o governo de um herdeiro da mesma monarquia que nos colonizou por séculos.
A abolição da escravidão foi adiada muitas décadas, à espera dos acertos necessários para impedir prejuízos à elite escravocrata.
A República foi decretada por um monarquista, junto a republicanos que tinham nojo de povo.
O golpe de 1930 foi dado por um ex-ministro do governo golpeado, que uniu a elite ao garantir controle férreo sobre as organizações sindicais.
Getúlio preferiu o suicídio e Jango, o exílio, a promover um levante popular contra aqueles que eram seus inimigos políticos, mas seus irmãos de classe social.
A “redemocratização” só começou após conchavos de gabinete garantirem impunidade aos carrascos da ditadura empresarial-militar.
Logo após ser aprovada, a Constituição “Cidadã” começava a perder direitos em votações no Congresso Nacional, graças a trocas de cargos e favores.
Finalmente eleito um governo de esquerda, ministérios e setores estratégicos ficaram sob controle da direita. Henrique Meirelles à frente.
Um golpe substituiu Temer por Dilma. Mas no ministério e no apoio parlamentar continua a escória que passou pelos vários governos petistas. Henrique Meirelles de volta.
Na verdade, nossas elites dominantes sempre deram a volta por cima, mesmo que nunca tenham levado tombo algum.
Aos que lutam, só resta manter a confiança nas mobilizações de baixo para cima. Aquelas que, inspiradas na capoeira, dão a volta por baixo para derrubar o inimigo.