- A redução do número de horas de urgência de 18 para 12 horas semanais;
- A redução do número de horas extraordinárias de 200 para 150 horas por ano;
- A diminuição das listas de 1900 para 1550 utentes por médico de família.
Estas exigências dos médicos correspondem tão-só à reversão de medidas impostas pela troika entre 2011 e 2013 e que trouxeram uma perda real de salário para estes profissionais de saúde, à semelhança de muitos outros portugueses. Além disso, ditaram uma penosa degradação das condições de trabalho, com avultadas cargas horárias e número de atendimentos, o que se reflete na qualidade dos serviços prestados aos utentes. O ex-Presidente da República Jorge Sampaio alertou mesmo, no último Conselho de Estado no passado dia 21 de julho, que há profissionais de saúde a assegurar trabalho “no limite das suas capacidades”.
Às reivindicações dos sindicatos, o Ministério da Saúde respondeu com a proposta de que os médicos mais velhos, que estão isentos do serviço de urgência a partir dos 55 anos, passassem obrigatoriamente a prestar um período de 6 horas semanais naquele serviço. Uma proposta que foi considerada ultrajante e indigna pelos sindicatos e pela Ordem dos Médicos, por não ter em conta a penosidade das urgências. Nesta reunião de 11 de agosto, a delegação governamental veio reconhecer que tal proposta se tratava, afinal, de um erro…
Contudo, as negociações entre o Governo e os sindicatos, que se arrastam há já cerca de ano e meio, permanecem com questões por resolver. No horizonte paira a ameaça de greve, que seria a segunda este ano. A acontecer, estaria prevista para a primeira semana de outubro, após as autárquicas, a fim de não interferir com o processo eleitoral. Para já, ficou agendada nova reunião para 18 de agosto, na qual o Governo se compromete a apresentar novo documento negocial. A posição dos dois sindicatos médicos (Federação Nacional dos Médicos e Sindicato Independente dos Médicos) conta com o apoio da Ordem dos Médicos. O Bastonário Miguel Guimarães escreveu um artigo de opinião publicado no Diário de Notícias no dia 11 de agosto, em defesa do respeito e dignidade da profissão.