A parcela da esquerda radical que tergiversa sobre a criminalização de Lula pela operação Lava Jato, defendendo o “Fora Todos” e agora o “Prisão para todos” cede à pressão da popularidade da Lava Jato.
A combinação da crise sistêmica do capitalismo com o desgaste do sistema político burguês e a retomada da intervenção direta e indireta do imperialismo estadunidense na América Latina, em virtude das disputas interimperialistas, provocam uma escalada reacionária no Brasil e no continente latino americano.
[Ivo Tonet*] Introdução: Se alguém, ao tempo da socialdemocracia alemã, quando se tornou um partido reformista, criticasse a proposta de chegar ao socialismo ou ao pleno desenvolvimento de maneira gradativa, pacífica e pela via eleitoral e não pela via revolucionária, vale dizer, pela destruição do Estado e do capital, seria imediatamente tachado de purista, esquerdista infantil, equivocado e outros adjetivos. Nada distinto do que acontece hoje. Com a diferença que, hoje, muitos nem falam mais em socialismo1, mas apenas em um “mundo melhor”, “mais humano”, “menos desigual”.
Após a condução de um julgamento farsesco, cujo último episódio foi a confirmação pelo colegiado do Supremo Tribunal Federal da possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, negando a possibilidade de habeas corpus no caso de Lula, o juiz Sérgio Moro expediu um mandado de prisão contra o ex-presidente, exigindo que ele se apresente voluntariamente para a Polícia Federal de Curitiba até a tarde de hoje. Não precisamos nos alongar com a exposição das inúmeras arbitrariedades cometidas durante todo o processo do caso de Lula. Em mais de uma ocasião, a União Reconstrução Comunista denunciou o caráter desta investigação e julgamento como instrumentos para a consolidação do Golpe de Estado, tendo na Polícia Federal, Ministério Público, e em figuras chave do poder Judiciário, como o próprio juiz Sérgio Moro, agentes vulgares dos interesses imperialistas e de seus aliados locais em nosso país.
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta seu repúdio à prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, tendo em vista ser esta resultado de um processo viciado, com manipulações e seletividade durante todo o processo. O julgamento do pedido de Habeas Corpus ocorreu diante de avassaladora pressão da mídia, especialmente a rede Globo, do governo federal e dos militares, todos com o objetivo de prender Lula e retirá-lo da disputa eleitoral.
Em 29/03/18, no jornal O Expresso (de centro direita em Portugal) um militar na reserva, major-general Carlos Branco, escreveu:
Os ataques à caravana de Lula no sul do País mostraram de forma inequívoca a necessidade de os trabalhadores e a esquerda em geral se organizarem contra a direita, cuja violência é crescente.
Durante todo o trecho sulista da caravana de Lula, a extrema-direita organizou provocações, agrediu militantes com porretes, facas, chicotes e até tiros de armas de fogo em uma emboscada no meio da estrada.
A direita golpista, a mesma que disparou contra a caravana de Lula, que coordenou o assassinato de Marielle, e que defende os militares no Rio e no resto do País, convocou, para o dia 03 de abril, um ato que visa defender a prisão do ex-presidente.
Depois de pauladas, pedradas, chicotadas, covardes agressões a mulheres e idosos, sem terras e outros trabalhadores indefesos, os ataques dos bandos fascistas da direita contra a caravana do ex-presidente Lula no Sul do País, foram feitos com armas de fogo, na última terça no Paraná. Por pouco não há vítimas fatais.
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