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Diário Liberdade
Sábado, 17 Dezembro 2016 18:09 Última modificação em Terça, 27 Dezembro 2016 23:37

Um laboratório da Galiza tenta resolver o assassinato de Sankara, o Che Guevara africano Destaque

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País: Galiza / Resenhas, Direitos nacionais e imperialismo / Fonte: GCiencia

[Eduardo Rolland] O centro fundado por Carracedo e dirigido Victoria Lareu trabalha com os restos de Thomas Sankara na procura do seu ADN.

Um laboratório de Santiago de Compostela [capital da Galiza] trabalha com os supostos restos de Tomadas Sankara, conhecido como o "Che Guevara" africano, assassinado baleado no Burkina Faso há três décadas. A sua morte provocou comoção em toda a África.

O Instituto de Ciências Forenses Luis Concheiro é o local onde se encontram agora os restos humanos, para realizar a análise definitiva do ADN que permita determinar se correspondem ao líder panafricano. O laboratório, que fora fundado pelo genetista Ángel Carracedo, é agora dirigido por María Victoria Lareu, conhecida nos médios por ter resolvido o caso do assassinato de Eva Blanco. Especializados no estudo de restos genéticos muito degradados, como os das vítimas da Guerra Civil [espanhola], o centro compostelano é a última esperança para fechar um caso judicial que levanta grande expectação em toda a África.

Thomas Sankara (1949- 1987) foi um capitão militar e panafricanista que presidiu o Burkina Faso de 1983 até 1987. Figura carismática da revolução, foi ele quem decidiu mudar o nome do seu próprio país, denominado Alto Volga pelos colonizadores franceses, e agora Burkina Faso: "O país dos homens íntegros". No seu mandado, promoveu medidas para eliminar a corrução, uma profunda reforma agrária e terminar com a dívida externa que afogava o país. Mais medidas muito bem recebidas no mundo foram a sua campanha de vacinação de 2,5 milhões de crianças contra a meningite e a febre amarela. Ou a plantação de dez milhões de árvores para travar a desertificação do Sahel. Também proibiu a amputação do clítoris, os casais forçados e a poligamia, medidas pelas que foi aclamado como feminista num país com uma cultura retrógrada.

Mas a popularidade internacional de Sankara bateu com os setores mais conservadores do país. Até que foi derrocado e assassinado num golpe de estado liderado pelo seu ex colaborador Blaise Compaoré, a 15 de outubro de 1987. A mudança de regime contou com as simpatias da antiga potência colonial, a França.

Campaoré, o assassino de Sankara, vive protegido na Costa do Marfim

Compaoré governou com mão de ferro até ser derrubado em 2014. O seu governo foi um dos mais corrutos da história da África, para além de apoiar o criminoso de guerra liberiano Charles Taylor. Após ser expulso do poder, o presumível assassino do Che Guevara africano refugiou-se na vizinha Costa do Marfim, onde está protegido e tem um compromisso de não ser entregue à Corte Penal Internacional.

Mas nos últimos dois anos, o novo governo do Burkina Faso quer fazer justiça com Thomas Sankara. Primeiro foram exumados os supostos restos do líder panafricano, junto doutros 12 colaboradores. Mas as primeiras mostras levadas a um laboratório de Marselha foram negativas: não havia ADN bastante para emitir uma identificação certificada. Por isso, a justiça do Burkina Faso foi ao laboratório compostelano.

O juiz encarregado do caso Sankara em Burkina, François Yaméogo, já inculpou catorze pessoas, encabeçadas por Blaise Compaoré e o também general golpista Gilbert Diendéré. Agora, o Instituto de Ciências Forenses Luis Concheiro de Santiago de Compostela tem a chave para que se faça justiça com Sankara, o Che Guevara africano, três décadas depois do seu assassinato.

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