A situação mundial parece ter chegado a um nível caótico de organização das Nações, do poder financeiro e militar, de destruição da natureza, de controle do crime organizado, de conflitos étnicos ou religiosos, de sobrevivência para os que foram sendo empurrados para as margens das sociedades onde nunca existiu um Estado Social.
O sul de Chicago é a decadência, é uma grande cidade que desmorona, ruas deterioradas, edifícios prestes a colapsar nas cabeças dos inquilinos que, na sua maioria, são afrodescendentes e latino-americanos indocumentados: mexicanos e centro-americanos. Mal pagos, explorados em seus empregos, estigmatizados e constantemente assediados pela polícia.
[Prabhat Patnaik] A OXFAM acaba de produzir um relatório no qual destaca o aumento dramático na desigualdade de riqueza que está a verificar-se na Índia.
[Diego Lopes] O capitalismo, que os americanos entendem como um mercado livre competitivo sem obstáculos, provou ser um erro monstruoso.
O roteiro já é por demais conhecido. Todos os anos, a OXFAM - uma organização baseada em Oxford, no Reino Unido, presente em quase todo o planeta - publica um relatório sobre a distribuição da riqueza mundial, que mostra o crescimento contínuo da concentração de riqueza no planeta.
Apesar de o planeta produzir alimentos suficientes para os seus quase sete mil milhões de habitantes, cerca de 800 milhões «não têm o necessário para levar uma vida saudável e activa», destaca o 'Cubadebate' na edição desta quarta-feira.
Enquanto mais de 815 milhões de pessoas sofrem fome crônica no mundo, um terço dos alimentos produzidos no planeta são desperdiçados, mais de 1 bilhão 300 milhões de toneladas anuais, com consequente dano econômico, social e ambiental.
O Brasil vive atualmente uma crise completa, a mais grave desde os momentos finais da ditadura e o início do processo de democratização em meados dos anos 80. Trata-se de um processo no qual converge um conjunto de vetores que confluem contraditoriamente retroalimentando-se e, ao mesmo tempo, repelindo-se mutuamente, pois todos os agentes que influenciam essas variáveis buscam encontrar saídas para os problemas colocados pela conjuntura, mas até agora, apesar da brutal ofensiva do capital, ainda não se verificou um desfecho definitivo da crise. Isso se explica em função da diversidade de projetos das várias frações burguesas sobre os rumos da conjuntura aberta com o impeachment da presidente Dilma, da impopularidade do governo golpista, quanto da resistência da população e, especialmente, diante do temor de setores da burguesia de um levante social provocado pela dramática conjuntura da qual não têm controle pleno.
[J. R. P. Guimarães] Desemprego e crise são palavras que descrevem bem a situação econômica e política brasileira dos últimos quatro anos. Atualmente, nosso país já possui 26 milhões de desempregados e semi-desempregados que perambulam por todos os cantos das cidades em busca de trabalho, passando horas ou até mesmo dias nas filas para de emprego para disputar mesmo os mais insalubres e precários trabalhos. Mesmo os piores trabalhos são ainda escassos [1], como comprovam as filas de mais de 30 horas de espera para empregos em lojas de shopping centers. O pauperismo se alastra pelos bairros, favelas, pelas regiões rurais; eclode a mendicância; a fome golpeia os lares dos trabalhadores; o desemprego acaba por empurrar para a insegurança e para os piores trabalhos as crianças e jovens das famílias proletárias, que tomam rumo aos montes aos semáforos, ônibus e metrôs para tentar colocar algum dinheiro que seja na mesa da família no final do dia. Mesmo aqueles empregados há décadas na mesma empresa ou no governo, prestes a se aposentar, com bons salários e que imaginavam nunca mais ter de passar por quaisquer dificuldades, veem-se agora no pântano do desemprego e da miséria, a exemplo dos funcionários públicos, dos professores universitários das faculdades públicas. No fim, todo o país parece tomado pela anarquia, pelo pessimismo e pela falta de perspectiva no amanhã.
[Elaine Tavares] Já não é de hoje que toma corpo a esquerda paz e amor. Essa ideia insana de que é possível humanizar o capitalismo. E, nesse diapasão vamos vivendo lutas por políticas públicas, de apaziguamento da miséria, propostas alternativas isoladas que não enfrentam o capitalismo ou ainda a ingênua intensão de um desenvolvimento sustentável no rumo de uma nação com bem estar social. Tudo bem se essas batalhas forem encaradas como reformas necessárias num caminho para outra forma de organizar a vida. Mas, crer nessas propostas como um fim em si mesmas é ilusão. Há que avançar para a ruptura. O capitalismo – já nos mostra o alemão Karl Marx – tem determinações muito claras e nelas não cabem essas propostas. Sua característica principal é a exploração. Sem ela não há capitalismo. Logo...
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