Desde a última greve nacional, 28 de abril, quando aportaram milhões de pessoas às passeatas e manifestações, o atual governo imposto pelos rentistas internacionais andava batendo cabeças entre seus lúmpens-burgueses, escroques e “batedores de carteira” do mais baixo nível e seus comparsas estaduais (Dória, Pezão, Sartori, Crivella, Alckmin...). Nesta quinta-feira, 18 de maio, os protestos políticos adensaram a crise institucional. Muito além do que os meios corporativos de comunicação estavam anunciando havia poucos dias, que a economia estava retomando sinais de vigor; a verdade era bem outra: cada vez mais, em razão da política ultraneoliberal adotada pela gangue do presidente postiço, a economia consumia-se pelo enorme buraco da recessão, pelo aumento desenfreado do desemprego e, consequentemente o dito “mercado” penava com a “retração dos ganhos de capital”. Ao mesmo tempo, Temer e sua equipe de “economistas” não estavam conseguindo colocar em marcha as tão sonhadas pelo “mercado” reformas trabalhista e previdenciária para suprir as supostas “interditas” contas públicas e dar para si 99,9% da parte do bolo da renda nacional. A meta deste futuro “novo” governo é deixar os farelos para os trabalhadores, contando com o aval autoritário do STF como fundamental coparticipe do golpe.
[Elier Ramírez Cañedo] Os Estados Unidos têm uma vasta experiência na prática da guerra cultural contra todo projeto alternativo a sua hegemonia no ambiente internacional. A CIA e a guer-ra fria cultural, de Frances Stonor Saunders, constitui um livro imprescindível – a pesquisa mais completa sobre o tema – para compreender esta realidade. Este livro demonstra como, nos anos da Guerra Fria, o programa de guerra psicológica e cultural da CIA contra o bloco socialista foi sua joia mais prezada.
[Alexandre Pimenta] “Todos os economistas, tão logo discutem a relação existente entre capital e trabalho assalariado, entre lucro e salário, e demonstram ao trabalhador que ele não tem nenhum direito a participar das oportunidades do lucro, enfim, desejam tranquilizá-lo sobre seu papel subordinado perante o capitalista, sublinham que ele, em contraste com o capitalista, possui certa fixidez da renda mais ou menos independente das grandes aventuras do capital. Exatamente como Dom Quixote consola Sancho Pança [com a ideia] de que, embora certamente leve todas as surras, ao menos não precisa ser valente.” Marx (2011 p. 35)
[O Poder Popular] Os bancos são os verdadeiros donos do mundo. Controlam o sistema financeiro de cerca de 200 países, as principais empresas de petróleo, de mineração, de commodities em geral. Impõem e depõem governos, usam a mídia empresarial de acordo com seus interesses.
Muitos preferimos viver em nossa bolha e fechar os olhos para a realidade, ficar na passividade, virar para o outro lado, guardar silêncio. Isso a respeito da corrupção do governo e da ineficácia de um Estado falido. Isso em relação à violência sistemática e à impunidade. Ao tráfico de influência e à manipulação dos meios de comunicação. Preferimos ficar à margem da injustiça, porque é mais cômodo não se envolver, porque envolver-se exige respeito a si mesmo e aos outros e sobretudo honestidade, responsabilidade e integridade.
[Rafael Silva, Laboratório Filosófico] A expressão “proletário-de-si-mesmo” seria algo redundante, uma vez que o proletário, de certa forma, já é um “si-mesmo”: aquele que, solitariamente, vende sua força de trabalho para sobreviver, e assim mesmo permanece, mais ainda, assim deve permanecer para o bem do capitalismo.
Agora que nas redes sociais temos um expositor imediato das reaçons provocadas por notícias de impacto como a morte de alguns velhos chefons do capital, é curioso comprovar como elas costumam refletir visons idealistas no campo da esquerda.
[Manuel César Vila] Na Revolução Francesa, lutando contra os privilégios feudais, aristocráticos e religiosos, surgiu a famosa palavra de ordem “Unité, Indivisibilité de La République; Liberté, Égalité, Fraternité, ou La Mort”, que na versão resumida e mais amplamente disseminada, ficou apenas com os três substantivos centrais, que além de mais assemelham estar a aguardar desde então, para concretizar-se nas nossas sociedades. Se calhar o importante já daquela, como agora, eram os extremos da anterior expressão.
Curtametragem produzida em The Animation Workshop de Viborg, Dinamarca.
[Iuri Tonelo] Este texto é parte de uma série de notas que publicaremos neste portal com o intuito de pensar as transformações no capitalismo a partir da crise de 2008, refletindo seu alcance no âmbito econômico, geopolítico, social e político como parte da pergunta sobre qual a feição do capitalismo pós-crise.
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