Mais um dos milhares de pessoas anónimas que, em segundo plano e contra vento e maré, tenhem mantido vivo o ideário arredista na nossa Terra nos três últimos séculos.
Alfredo Edreira Cruz morreu há quatro dias no Hospital da Corunha, trás luitar durante anos com umha doença crónica do coraçom.
Militante da esquerda desde a sua juventude e artesao do coiro, Alfredo dedicou os seus esforços de madurez ao grupo local do BNG das Marinhas, para logo dar o salto ao independentismo. Participou de Causa Galiza quando a entidade era umha plataforma autodeterminista, e continuou nela quando se transformou em organizaçom política.
Solidário com os presos e presas, soubo bem o que supunha ser independentista quando esta toma de posiçom nom alcançara o nível de normalizaçom de hoje ; estivo disposto a assumir os custes de apoiar os patriotas em prisom quando falar de presos políticos na Galiza era um tabu e conlevava ser colocado de imediato no alvo da polícia política. Já com a saúde quebrantada, teimou o indizível para que a concentraçom mensal solidária de Ceivar na Corunha seguisse a celebrar-se.
Acodiu desinteressadamente ao recebimento dos prisioneiros bascos libertados da cadeia de Teixeiro com a derogaçom da ‘doutrina Parot’. A sua imagem foi difundida polos meios empresariais, o que lhe valeu umha séria campanha de demonizaçom em Betanços.
Atento e servicial com a sua gente, nom duvidou em assistir às militantes independentistas obrigados a declarar no julgado das Marinhas. Animoso e corajudo, mantivo a sua posiçom e linha política em piores e melhores tempos, longe de todo oportunismo.
Hoje, os seus seres queridos despedirám-no às 18,00h na Igreja dos Remédios de Betanços.