Agora Galiza fomos a única organizaçom política galega que apelamos mediante umha campanha pública à abstençom consciente.
Nom defendemos nem exercemos umha doutrina abstencionista. Mas perante a situaçom de refluxo e desarmamemnto ideológico do movimento operário e popular, perante a carência de capacidade de inicativa e musculatura da esquerda independentista e socialista galega, da crise do movimento de libertaçom nacional galego, e perante as tendências desmobilizadoras alimentadas polo ilusionismo eleitoral do reformismo, nom votar era e segue sendo a única opçom coerente como força revolucionária até que se produza umha transformaçom da conjuntura sociopolítica.
Durante as duas semanas de campanha explicámos bem as razons polas que o povo trabalhador nom devia votar nas forças espanholas, tanto as claramente do inimigo como as aparentemente situadas em coordenadas mais próximas. Também explicámos porque nom se devia votar no nacionalismo interclassista e socialdemocrata.
Nom estamos pois deprimid@s nem desolad@s porque nada esperavamos do 26J, porque cada dia estamos mais convencid@s que para articular a classe trabalhadora e o povo empobrecido da Galiza sob um projeto sociopolítico revolucionário, visado à rutura com o regime do Ibex 35 e a ditadura da UE dos monopólios e a guerra, as suas urnas nom som o instrumento nem o caminho a seguirmos.
E muito menos culpabilizamos ao nosso povo e a nossa classe pola vitória do PP, tal como fai a pequena burguesia que nega os nefastos efeitos dos poderosos mecanismos de alienaçom que exerce o Estado burguês e a sua ditadura mediática.
Embora faltem por computar os dados do CERA e portanto conhecermos os resultados definitivos que podem alterar indicadores importantes como a percentagem de abstençom, Agora Galiza –organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional-, considera que:
1- A ratificaçom da vitória do PP e a recuperaçom do tradicional monopartidarismo bicéfalo é umha das caras do que onte aconteceu nos colégios eleitorais. A outra, a queda do populismo socialdemocrata espanhol mais as suas alianças autótones, e um novo revês do BNG.
2- A perda de mais de 70.000 votos de Podemos e “confluências”, e o processo de descalabro do nacionalismo socialdemocrata que aprofunda na sua hemorragia perdendo mais de 25.000 votos ficando em 2.89%, exprimem mais umha vez o erro estratégico do ilusionismo eleitoral.
3- Mas após esta nova leiçom as forças reformistas teimam em continuar por este caminho erróneo que nom conduz nengures. De facto Já estám preparando as eleiçons autonómicas de final de ano!
4- É impossível umha vitória das forças populares na democracia burguesa porque precisamente está concebida e conta com todos os mecanismos e recursos para perpetuar a sua dominaçom de classe e opressom nacional.
5- O incremento de mais de 3% da abstençom na Galiza confirma existência de um amplo espaço à margem da institucionalidade do regime. Sabemos que umha boa parte desta opçom nom responde a chaves ideológicas e políticas, mas sim é umha expressom consciente e antisistema a dumha destacada parte dos mais de 685 mil galegas e galegos que onte nom votámos.
6- Nom som momentos de lamentos nem de ir para casa, mas sim para contribuir a construir as forças revolucionárias que o povo trabalhador galego necessita. Nom há mais caminho que a auto-organizaçom operária e popular para luitar polo nosso futuro. A derrota das forças reacionárias nom será nas urnas e sim nas ruas. Há que abandonar o fetichismo da aritmética eleitoral, superarmos a superstiçom de que se pode ganhar umhas eleiçons na “democracia” dos banqueiros e dos monopólios, na “democracia” postfranquista. Se confiamos na immensa força que temos como classe e naçom, em que somos mais que eles, e na imensa potencialidade da nossa unidade e mobilizaçom lograremos derrotá-los.
A explicaçom do fracasso eleitoral da Marea que pretendia um sorpasso sobre o PSOE e mesmo falava de ganhar ao PP, e a praticamente irreversível tendência ao residualismo no que se acha o BNG, devemos procurá-la na desativaçom do conflito social, na desideologizaçom e na política espectáculo que implementam as suas cúpulas fascinadas polos platós do inimigo.
Mas o verdadeiramente preocupante nom reside em que a esquerda anémica e concialidora, a que carece de programa e vontade ruturista, e a que governa as Deputaçons com o PSOE, retrocedam eleitoralmente.
O realmente grave -tal como vimos alertando-, é a frustraçom que estas ilusons insensantas provocarám no povo trabalhador e empobrecido da Galiza. O atual engano dos charlatáns e gurús oportunistas que prometiam sorpassos e vitórias eleitorais, ou a recuperaçom da representaçom perdida nas Cortes espanholas para afonicamente seguir autoenganando-se em que "som" a Galiza, é a antesala do fascismo.
A rutura com o regime postfranquista só se vai produzir num processo socialista de libertaçom nacional. Simplesmente Espanha é irreformável.
O seu sucesso require apostar na luita operária e popular, pola orientaçom e direçom classista, pola complementaçom de todos os métodos de luita, subordinando o institucional/eleitoral à luita de massas, por promover e organizar a conflituosidade nas ruas e centros de ensino e trabalho, por construir cultura rebelde.
Som tempos de combate ideológico, de deslindar e confrontar com as fraudes reformistas e populistas para assim podermos acumular forças revolucionárias.
Agora Galiza no 85 aniversário da proclamaçom da 1ª República Galega manifesta a sua firme vontade de seguir construindo o espaço de luita e combate que hoje nom existe neste país.
Direçom Nacional de Agora Galiza
Na Pátria, 27 de junho de 2016