[João Jorge Pimenta] Para os mais leigos da política, o processo político é quase que exclusivamente a política eleitoral. Na verdade as eleições são apenas uma versão distorcida da política real, a luta de classes, da luta política travada no dia a dia, e uma distorção que nunca favorece os trabalhadores.
[Juliano Lopes] Nesta e na semana passada estão acontecendo as convenções partidárias para a escolha de candidatos para as eleições de 2018. O mais incrível é que quase ninguém menciona o fato mais grave desta eleição: a pessoa que tem mais votos no Brasil todo está presa.
Dados sobre os lucros dos bancos no segundo trimestre deste ano apontam que os ganhos das seis famílias que controlam os quatro maiores bancos privados do país (Setúbal, do Itaú; Villela e Moreira Salles, do ItaúUnibanco; Aguiar, do Bradesco; Botin, do Santander) e os Safra, os quais juntos detém o controle de 75% dos créditos do País, acumularam lucros superiores a R$ 30 bilhões, apenas no primeiro semestre de 2018. Tal montante supera o valor previsto no orçamento do programa Bolsa Família em 2018 e que deve ser destinado ao longo de 2 meses a quase 40 milhões de famílias.
Com a participação de mais de mil ativistas, de todas as regiões do País, a Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe, realizada no último fim de semana, na Quadra dos Bancários, em São Paulo, foi um enorme sucesso político e organizativo.
Para exigir um basta de desemprego, de retirada de direitos sociais e trabalhistas, de privatizações, de aumento do gás e dos combustíveis e dos ataques do governo, a Unidade Classista em unidade com as centrais sindicais convoca o conjunto da classe trabalhadora para se somar na mobilização do dia 10 de agosto por todo o país.
[Rute Pina] "Aqueles que levantarem a voz para esse Estado policial e fascista que se instalou no nosso país estarão sujeitos a esse tipo de consequências", disse o advogado popular Marino D'Icarahy após a decisão que condenou jovens por protestarem contra Copa do Mundo realizada em 2014.
[Tiago Pereira] Evento promovido pelas organizações de direitos humanos Conectas e Artigo 19, realizado na Defensoria Pública de São Paulo nesta quinta-feira (19), debateu a crescente onda autoritária que combate manifestações e protestos de rua com o uso excessivo da força e de instrumentos jurídicos para impedir a luta legítima por direitos.
[Elaine Tavares] O desmonte sistemático da máquina pública e o sucateamento dos serviços públicos, única via de acesso da maioria da população para a saúde, educação, moradia e segurança, voltou a colocar o Brasil no mapa da fome e da morte por doenças que já deveriam ter sido erradicadas. O Ministério da Saúde, órgão oficial do governo, divulgou que o índice de mortalidade infantil cresceu em 2016 pela primeira vez em 26 anos e que deve aumentar. As taxas que vinham sofrendo quedas desde 1990, agora voltaram a subir. Em 2016 foram 36.350 mortes de crianças antes de completarem um ano de vida.
Antes de tudo, é necessário enfatizar que não existe classe dominante boazinha em nenhuma parte do mundo capitalista. Todas elas buscam a maximização dos lucros e o controle do poder político na sociedade para exercer o seu domínio. Também não têm escrúpulos: quando seu poder está em jogo, não hesitam em se utilizar de qualquer meio, método, ilegalidade ou brutalidade para manter o controle social e político. Não podemos esquecer que a “esclarecida” burguesia alemã recorreu ao nazismo para restabelecer plenamente a dominação, da mesma forma que as burguesias italianas e japonesas recorreram ao fascismo para se manter no poder e disciplinar os trabalhadores.
[Elaine Tavares] Tarde de quinta-feira. O posto da Caixa Econômica Federal, um dos bancos públicos brasileiros, está lotado. São quase 100 pessoas sentadas nos bancos azuis, com olhar perdido no vazio, esperando. Antes de entrar, precisam passar pelo constrangimento de esvaziar suas bolsas ou coloca-las num escaninho que, mesmo na agência central, parece coisa do século passado. Leva-se pelos menos uns 10 minutos no trâmite de pegar a chave com um garoto que distribui senhas, abrir o cadeado que fecha uma corrente na porta do armário. Coisa bárbara. Lá dentro o ambiente é tóxico. Rostos ansiosos e tristes. Por ter de estar ali pagando contas, e por passar pela absurda espera. Como sempre, há poucos caixas, fruto do sistemático desmonte das empresas estatais brasileiras. Também os trabalhadores tem o rosto pesado, superexplorados que são. A tensão ali dentro é concreta, quase se pode pegar com a mão.
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