[Eduardo Vasco] O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, está em visita ao Brasil esta semana. Os principais temas são o criminoso encarceramento de imigrantes latino-americanos (entre os quais, brasileiros) na fronteira dos EUA e o aumento do cerco contra a Venezuela.
Com o agravamento da crise, num espectro geral, a polarização se torna visível, bem como a tendência a esquerda, ainda que a ofensiva do imperialismo se mantenha. A direita continua se mantendo eleita em alguns países, de forma notoriamente antidemocrática, regada a inconstitucionalidades, aplicando uma série de golpes pela América Latina.
[Elaine Tavares] A Petrobras é uma empresa que nasceu nos anos 50 justamente para garantir que o monopólio do petróleo ficasse sob o controle do estado brasileiro. Naqueles dias de 1953 o país viveu uma poderosa campanha tanto do lado de quem queria entregar o petróleo brasileiro para as empresas estadunidenses, quanto para os que se somavam ao grito de “o petróleo é nosso”. Ao final, venceu a ideia nacionalista de manter esse produto estratégico sob o controle do estado. E isso só começou a mudar em 1997 sob o governo de Fernando Henrique Cardoso. A partir daí a empresa foi privatizando e hoje tem o seu capital aberto, ainda que o estado mantenha a maioria das ações.
[Elaine Tavares] Não é de agora que o governo brasileiro vem arrochando a vida do trabalhador. O processo começou bem antes de o vice, Michel Temer, dar o golpe. A presidenta Dilma Roussef, que se elegeu com um programa, vinha já aplicando outro, mais adequado aos interesses das grandes agências de fomento internacionais, do agronegócio e da pequena parcela da elite produtiva. Sempre é bom lembrar que Dilma escolheu Joaquim Levy para Ministro da Fazenda, um ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ou seja, uma raposa cuidando do galinheiro. E logo que entrou já veio com a conversinha de metas para o superávit primário, baixando duas medidas provisórias de ajuste fiscal, que mexia com trabalhadores e empresários de médio porte. Essa memória é necessária para que se perceba que o governo do PT estava respaldando as medidas, ainda que um ou outro dirigente fizesse críticas públicas ao ministro.
O PCB vem a público manifestar sua solidariedade à greve dos caminhoneiros. Diferentemente das manifestações em 2015, hegemonizadas por interesses patronais, as reivindicações dos caminhoneiros são justas e em sintonia com os interesses da classe trabalhadora. Embora existam interesses patronais e midiáticos que tentam se aproveitar do movimento através de pautas para diminuir seus custos como a retirada do PIS Cofins, um importante imposto que financia a seguridade social, no essencial a pauta dos caminhoneiros se baseia no protesto contra a alta dos preços que atinge diretamente a população como um todo.
[João Jorge Pimenta] Muitos dos mais corajosos militantes da luta contra o golpe saíram em público denunciando a greve dos caminhoneiros como um lockout, ou uma provocação para um golpe, denunciando-os como elementos de extrema-direita e relembrando o papel desprezível que eles fizeram no golpe contra Dilma.
O interessante no caso da prisão de Laerte Codonho, o empresário dono da empresa de refrigerantes nacional Dolly, é que Codonho durante a coerção pela Polícia Federal segurou um cartaz com os dizeres “Preso pela Coca-Cola”. Codonho já fez propagandas de cunha nacionalista, em outros momentos como por exemplo um outdoor dizendo “Brasileiro não tem medo de estrangeiro”. O slogan foi veiculado pela primeira vez durante o intervalo da luta de boxe em 2003. Na época, a Dolly estava resistindo a uma guerra contra a Coca-Cola e afirmava que a companhia norte-americana praticava, e pratica, uma concorrência desleal, abusa do poder do mercado e adota práticas irregulares.
[João Pedro Moraleida] A dificuldade que encontramos hoje para compreender de forma mais sólida o que acontece, pode nos indicar a encruzilhada que fomos metidos: não há perspectiva, falta horizontes, de forma que a “política está suspensa”, é esse o sentimento histórico, de sorte que podemos estar mais aprofundados numa exceção, numa ausência que imaginamos (e não é essa a tristeza? Conseguimos, com nossa imaginação, vislumbrar somente uma radicalização maior da direita, mais um Golpe, uma tutela armada geral.) Há o vazio; há suspensão, é esse o Real, “a fita preta nos entristece”.
[Mário Maéstri] O restabelecimento da ordem capitalista na URSS e nos Estados do Leste Europeu constitui drama de proporções históricas. A produção capitalista recuperou espaços sócio-geográficos conquistados pela revolução desde 1917.
[Maria Josefina Arce] Com a chegada ao poder de governos neoliberais, a América Latina recuou quanto aos direitos dos trabalhadores. Em 2017, pelo terceiro ano consecutivo, o desemprego cresceu na região atingindo 8,4 por cento.
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