[Rafael Silva] Já não era sem tempo: o brasileiro finalmente quer fazer política! Entretanto, por mais virtuoso e desejável que seja este passo, isso não quer dizer que a pura intenção de ser um autêntico cidadão da “pólis” seja imediatamente acompanhada de boa performance. O empuxo do longevo vício da despolitização é forte e faz tropeçar no movimento para além de si por muito tempo ainda, quiçá até o final, diriam os mais realistas. E isso porque não existe o ideal estado político puro. A política ela mesma outra coisa não é senão a ininterrupta ação humana de se afastar do despotismo, sua figura anterior e justificadora, de modo que só se faz política porque, parafraseando Marx no Manifesto Comunista, o espectro do despotismo sempre rondará a humanidade. E omomentum brasilis apenas relembra-nos disso.
Ontem (11/09) fez 43 anos em que o presidente do Chile, Salvador Allende, foi morto em um bombardeio protagonizado por militares chilenos, com apoio militar e financeiro do governo dos EUA e da CIA com vistas de frear “a via chilena para o socialismo”.
[Raquel Júnia - EPSJV/Fiocruz] Com uma janela de poucos dias, a Avenida Paulista, antes tomada de verde e amarelo por aqueles que pediam o impeachment, se vê ocupada, agora, por muitos outros tons daqueles que gritam o Fora Temer e pelas Diretas já. Nessa entrevista, o professor titular do Instituto Federal de São Paulo, Valério Arcary, faz uma análise profunda da correlação de forças atual, a direitização da classe média e o que levou ao afastamento de Dilma. Arcary explica, entretanto, porque não está confirmado que a direita leve a melhor nesse cabo de guerra. O autor de ‘O Martelo da História’, faz provocações ao que chama de esquerda radical – aqueles que devem ter a clareza do papel anticapitalista que o grito de Fora Temer deve cumprir neste momento.
[Roberto Bitencourt da Silva] “Dizem por aí que os realistas só olham a parte má das coisas. Mas que querem? A parte boa da sociedade quase que não existe. De resto é bom a gente acostumar-se logo com as misérias da vida. É melhor do que o indivíduo, depois de mergulhado em pieguices, deparar com a verdade nua e crua” (Graciliano Ramos).
O julgamento de Dilma Rousseff no Senado brasileiro inicia-se hoje, irá prolongar-se ao longo dos próximos dias e Dilma será ouvida na próxima segunda feira. Dos 81 senadores, 48 já declararam o seu voto a favor da destituição, mas a contabilidade final a favor do impeachment pode chegar aos 60 votos favoráveis, segundo a estimativa do governo Temer. Findo o julgamento, Michel Temer, o seu ex-vice-presidente, será empossado e irá substituí-la ao londo dos 28 meses que faltam até terminar o mandato.
[Sandro Ari Andrade de Miranda*] A onda neofascista que impulsionou o golpe de estado perpetrado pelos conservadores no Brasil está tendo impacto direto na disseminação de vários retrocessos na política ambiental. Não falo apenas na nefanda PEC 65/2012, que praticamente estingue o licenciamento ambiental de grandes projetos, mas no crescimento de uma cultura que tem como foco a redução de políticas públicas e a restrição da tutela de direitos fundamentais.
[Edmilson Costa*] A crise econômica, social e política brasileira mudou de patamar com impeachment da presidente Dilma Rousself e a usurpação do poder por uma gang de oligarcas corruptos, cujos principais personagens dominam o Parlamento brasileiro, vários escalões da administração e representam o que há de mais reacionário e obscurantista na sociedade brasileira.
[Laura Carvalho] Que leva os analistas de mercado a calar, diante dos mega-déficits anunciados pelo governo interino? E que terá levado Dilma a crer que faria sucesso derrubando os investimentos públicos?
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