Mar de Lumes celebrará umha conferência a vindeira segunda-feira 4 de julho ás 20:00 na Livraria Andel, em Vigo, na que se tratará a situaçom atual no Brasil.
A “nova” politica externa brasileira parece a política de paquiderme em loja de porcelana. Nada contra as nobres espécies dos paquidermes - os atuais elefantes, rinocerontes e hipopótamos, e os extintos mastodontes e mamutes - em seu habitat natural. Mas uma loja de porcelanas não é o habitat natural das espécies. E a diplomacia internacional está mais para loja de porcelanas do que para savanas e descampados.
Mais uma vez sem paralisar os centros principais da economia – como parte a estratégia de “oposição responsável e pacífica” já ditada por Lula, que compareceu ao ato na Avenida Paulista em SP – as centrais sindicais conseguiram mobilizar, a nível nacional, algumas dezenas de milhares de pessoas no período da tarde para os atos da jornada.
O golpe no Brasil mostra como a democracia, mesmo limitada ao processo eleitoral, incomoda as classes dominantes. Mostra também que as forças progressistas não podem jogar todas as suas esperanças nas eleições ou na luta dentro das instituições. A disputa municipal de outubro é importante por oferecer um espaço de denúncia e de discussão. É importante também tentar eleger bancadas democráticas e progressistas nas Câmaras de Vereadores, para garantir uma tribuna e impedir retrocessos que ocorrem no âmbito municipal, como nos planos de educação. Mas canalizar a maior parte das energias para a disputa eleitoral, seja agora, seja em 2018, é uma armadilha.
[Alejandro Acosta] A cada dia que se passa fica evidente que o golpe de Estado parlamentar consumado no Brasil e que trouxe abaixo, pelo menos provisoriamente, o governo Dilma, por meio de um impeachment, vem sofrendo um sério desgaste e está na corda bamba da política.
[Alejandro Acosta] A política fiscal do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prevê um novo regime orçamentário, com o fim de todas as vinculações de receitas.
[Alejandro Acosta] O aprofundamento da crise capitalista mundial tem aumentado a escalada da ofensiva do imperialismo para fazer com que os povos de todo o mundo, principalmente a classe operária, em particular dos países atrasados, paguem pelo ônus da crise para que os monopólios mantenham os lucros.
Segundo a historiografia oficial e oficiosa, grosso modo, as forças políticas brasileiras – e latino-americanas, em geral – dividir-se-iam, de bom grado, em dois grandes blocos: liberais doutrinários vs. autoritários instrumentais; luzias vs. saquarema; conservadores entreguistas vs. nacionais desenvolvimentistas; coxinhas e petralhas. Nada novo sob o sol. Contudo, a dicotomia não resiste à prova. Não apenas no sentido de que outras forças diabolizam essa simbologia bipartidária, borrando o espectro, mas também pelo fato de que, como alertava Gabriel Garcia Marquez, “nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder”. Não afirmamos a identidade entre Michel Temer e Dilma Rousseff, diga-se de uma vez. Apenas pontuamos a necessidade de saber de quais diferenças se tratam. Afinal de contas, o que temer?
Aos 80 anos, há algum tempo estabelecido na Alemanha, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira acompanha à distância, embora avidamente, o complô para retirar Dilma Rousseff do poder. Aquele de 1964, o acadêmico nascido em Salvador sentiu na pele e na alma, como preso político e exilado. A maneira de derrubar um mandatário eleito mudou desde então, aponta, mas os interesses envolvidos continuam os mesmos. Prestes a lançar um novo livro, A Desordem Mundial, pela Civilização Brasileira, Moniz Bandeira enxerga interesses internacionais no impeachment de Dilma Rousseff. “O golpe é orientado de fora”, afirma na entrevista a seguir.
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