Dezenas de milhares de pessoas comparecêrom às portas do tribunal espanhol em território catalám, na capital, para mostrar o rejeitamento popular à estratégia repressiva do Estado espanhol contra a vontade soberanista maioritária do povo catalám.
Artur Más foi levado ao banco dos réus junto à sua vice-presidenta Joana Ortega e a Irene Rigau, acusadas de "desobediência" após a proibiçom espanhola de ser realizada umha consulta ao povo sobre a independência da Catalunha, consulta finalmente realizada a 9 de novembro de 2014.
Todas as forças favoráveis à autodeterminaçom apoiárom o ex-presidente e restantes membros do governo catalám frente à repressom judicial espanhola e o povo catalám voltou a sair massivamente às ruas para deixar constáncia da sua adesom ao exercício livre dos direitos nacionais por parte da Catalunha. Umhas 40 mil pessoas terám participado na mobilizaçom de hoje, recebendo todo o tipo de insultos e desqualificaçons nos meios de comunicaçom públicos e privados espanhóis.
O atual presidente governo catalám, Carles Puigdemont, participou também, junto ao o seu governo completo, na caminhada até o tribunal em apoio às pessoas acusadas. A coligaçom governante na Catalunha, bem como as principais forças da oposiçom, exceto as espanholas PP, PSOE e Ciudadanos, também se somárom à mobilizaçom.
O Estado espanhol quer impor penas de impedimento de exercício de mandatos públicos durante 10 anos às pessoas acusadas, como medida exemplarizante e em pleno processo que deverá conduzir a Catalunha a se constituir em novo Estado europeu, se finalmente as instituiçons catalás conseguem realizar um novo referendo, esse já vinculativo, até o verao deste mesmo ano.
As ameaças e desafios espanhóis sucedem-se para tentar evitar o exercício do direito de autodeterminaçom por parte do povo catalám. Toda a maquinaria legal e propagandística espanhola está em ofensiva há meses para frear as ánsias de liberdade nacional catalá. Vários cargos públicos já fôrom levados a julgamento por medidas institucionais consideradas "desobedientes" polo Reino de Espanha, que ameaça com suspender a autonomia catalá como recurso desesperado para evitar o posicionamento popular em prol da independência.
Entretanto, o movimento independentista continua a crescer, somando todo o espetro político catalám, desde a direita liberal (Partido Demócrata Catalám) até a esquerda revolucionária (CUP), passando pola social-democracia (ERC) e todo perante a indefiniçom do reformismo espanhol (IU-Em Comum Podemos), que apoia o "direito a decidir" mas nom se posiciona nem sobre a independência nem sobre o referendo.