Conhecido como “caso Bygmalion”, as investigações contra o ex-presidente foram abertas em 2014, depois de revelações da imprensa, confirmadas pelo Conselho Constitucional em julho de 2013, de que Sarkozy havia superado o limite máximo de despesa permitido durante uma campanha eleitoral, que é de 22,5 milhões de euros.
Segundo a acusação, Sarkozy teria recorrido aos serviços de uma empresa de comunicação, Bygmalion, que emitiu faturas falsas para ocultar os altos custos dos atos eleitorais e das viagens. Desta forma, o ex-presidente teria ocultado cerca de 15 milhões de euros de despesas que deviam ter constado nas contas da campanha. Até o momento, Sarkozy negou ter qualquer conhecimento sobre a empresa ou sobre os gastos da sua campanha.
Herzog considerou "fantasioso" o valor de 42,8 milhões de euros (R$ 1.429.348.141) que a acusação considera que custou a campanha de Sarkozy em 2012. O advogado também indicou que apenas um dos dois juízes responsáveis pelo caso, Serge Tournaire, assinou a decisão de mandar Sarkozy a julgamento, o que segundo ele é uma ação “muito pouco habitual” que “ilustra a inanidade da decisão”.
Sarkozy, que já foi multado por este caso pelo Conselho Constitucional, devolveu o total das despesas de campanha graças a uma campanha de doação que lançou entre militantes e simpatizantes de seu partido, arrecadando quase 12 milhões de euros (R$ 40.075.181). Além disso, o ex-presidente pagou do próprio bolso 363.615 euros (R$ 1.214.328).
Entre os outros acusados que também deverão ir a julgamento figuram os responsáveis da campanha de Sarkozy em 2012 e Jérôme Lavrilleux, o responsável da Bygmalion que confessou os fatos, totalizando 14 pessoas a serem julgadas.
Caso Sarkozy seja processado, ele seria o segundo chefe de Estado francês que passa pelos tribunais após deixar o cargo, depois do seu antecessor e correligionário Jacques Chirac.