Em 15 de junho se celebrou em Tessalônica o III Conselho de Cooperação de Alto Nível entre Grécia e Israel e a reunião trilateral entre Grécia, Chipre e Israel, com a participação dos primeiros ministros A. Tsipras e B. Netanyahu e do presidente cipriota N. Anastasiadis.
A discussão que ocorreu e as decisões adotadas refletem o objetivo do governo de melhorar o papel geoestratégico dos grupos empresariais locais, de interconectar os capitais dos três países e de expandir ente eles as atividades empresariais, sobretudo, com relação às fontes e às rotas de transporte de energia.
Trata-se de um esforço que se desenvolve no terreno de antagonismos intensos entre centros e estados imperialistas no Mediterrâneo Oriental, precisamente pelo controle dos recursos naturais e os canais de transporte de energia, com enormes perigos para os povos da região.
Alexis Tsipras se centro una relação “estratégica”, como a caracterizou, entre os três países, assim como em seus planos para “a estabilidade e a segurança” na região, que é uma condição prévia para seu próximo objetivo que o qualificou como “apoio à iniciativa empresarial”.
Além disso, faz referência à “cooperação energética” que se baseia na “posição geopolítica dos três países” em uma encruzilhada importante e sobre ou próximo de minas, servindo à estratégia da burguesia nacional de converter o país em um “centro de energia”. Também destacou que este objetivo contribui com a aplicação da estratégia da União Europeia com relação à diversificação de fontes de fornecimento de energia basicamente para reduzir sua dependência dos combustíveis russos. Neste contexto, A. Tsipras fez alusão à aliança Grécia-Chipre-Israel e ao tubo “East Med” (que através do Chipre e Grécia transportará depósitos energéticos do Mediterrâneo Oriental para a UE), assim como o desenvolvimento de Fontes de Energia Renováveis.
“Na mesa havia discussões sobre os acontecimentos na região em geral, a respeito da questão síria e cipriota”, disse A. Tsipras. Quando falou da questão palestina, reconheceu “o direito do povo israelense de viver em segurança”, um pretexto que é utilizado pelo Estado de Israel para levar a cabo diariamente crimes contra o povo palestino.
O ministro de Energia israelense deu as boas-vindas à participação de empresas gregas no setor de exploração de hidrocarbonetos nas regiões de Karich e Tanin, as convidou a reforçar seu papel na exploração dos depósitos de gás natural israelenses e destacou o novo incentivo que pode dar seu papel reforçado aos planos do tubo East Med.
Nestas reuniões foram promovidos vários acordos que têm relação com a cooperação com Israel em diversos setores industriais relacionados à cooperação militar, ainda que não estivesse na agenda das reuniões. Destacou-se que “existe e se expressa tanto através da cooperação entre as indústrias militares dos dois países, como mediante os exercícios e treinamentos conjuntos”.
Ao mesmo tempo, o periódico “Rizospastis”, órgão do Comitê Central do KKE, caracterizou a reunião trilateral como “mais um passo nos planos e nos antagonismos que são perigosos para os povos”.
Em 15 de junho, na parte da tarde, o povo trabalhador e os jovens de Tessalônica, através de sua participação massiva na manifestação e na marcha organizados pelo Comitê pela Distensão Internacional e pela Paz de Tessalônica demonstraram sua oposição à participação de nosso país nos planos imperialistas que acompanham os antagonismos dos monopólios, em cujo marco se levou a cabo a reunião trilateral dos primeiros ministros da Grécia, Israel e Chipre.
Além disso, a manifestação mandou a mensagem de que os povos estão unidos pelo interesse comum da luta por uma vida sem exploração e sem pobreza, sem patrões, com os próprios povos disfrutando da riqueza que produzem.
Os manifestantes denunciaram também, como uma provocação ao sentimento amante da paz e antiguerra do povo, a presença do primeiro ministro de Israel em Tessalônica, posto que tem reponsabilidade sobre os ataques criminosos contra os povos da região e, especialmente, sobre os crimes contra o povo palestino que tanto sofre.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)