Ela saiu de seu país em 2011 para visitar parentes e buscar um tratamento para sua doença hepática, pois havia ficado hospitalizada durante seis meses e tinha ouvido falar que na China havia um tratamento mais avançado. Entretanto, quando chegou na China, viu que não poderia pagar pelo tratamento e foi para a Coreia do Sul, onde, segundo disseram a ela, poderia ganhar muito dinheiro e pagar o tratamento. Mas não foi o que ocorreu: Quando chegou no país vizinho, foi enganada, teve sua cidadania norte-coreana cancelada e foi impedida de voltar à Coreia do Norte pelo governo sul-coreano. Ela acabou sendo enviada a uma prisão e em diversas ocasiões tentou se suicidar.
Há anos Kim luta voltar para a Coreia do Norte. Sua família, junto ao governo norte-coreano, acusam a Coreia do Sul de sequestrá-la. Ela mesma faz essas acusações frequentemente. “Há sete anos eu estou detida de maneira forçada na Coreia do Sul”, disse Kim em sua inesperada intervenção na reunião da ONU. Emocionada, lembrou que tem pais, marido e filha a esperando na Coreia do Norte. Sua filha não há vê desde que tinha 17 anos. Hoje ela tem 24.
Kim é considerada um símbolo dos norte-coreanos que cruzam a fronteira inflenciados pelas coisas boas que ouvem sobre o Sul (e, muitas vezes, seduzidos pelo pagamento de U$ 860 mil oferecido por Seul a quem desertar) mas que não conseguem uma vida digna na Coreia do Sul e acabam marginalizados. Muitos deles tentam voltar ao Norte, mas a legislação sul-coreana não permite.