É a opiniom do norte-americano Jim Rogers, tido por perito em investimentos e conhecido por ter adiantado cada umha das grandes crises financeiras acontecidas nas últimas décadas. Um novo rebentamento da bolha financeira poderá pôr brevemente em evidência o caráter fantasmagórico de centenas de bilions de dólares, fazendo ruir instituiçons, partidos e governos.
Quem isso afirma é um ultra liberal, velho colega de George Soros, fundador com ele do Quantum Fund e residente em Singapura. Ele enxerga um duro impacto dessa crise nos Estados Unidos, o país mais endividado do mundo, sendo que é o individamento massivo dos principais estados capitalistas a gasolina do novo pico de umha crise sem fim em que o capitalismo está imerso há anos.
A expansom de derivativos como expressom da fugida para a frente do grande capital, tentando adiar a manifestaçom da crise em toda a sua verdadeira dimensom produtiva poderá ter já pouca margem de manobra. Se no passado se recorreu a novos endividamentos empresariais (crise das ponto com) e familiares (crise das hipotecas subprime), na atualidade o campo de jogo fica cada vez mais reduzido, segundo apontam inclusive os especialistas ao serviço do sistema. O ritmo de expansom de derivados tem passado de 500 bilions de dólares em 2008 para 1.200 bilions no ano atual, umha tendência de aumento do capital fictício com cada vez mais difícil prolongamento.
Ao que todo indica e contra o que as versons oficiais tenhem indicado, a crise tem dimensom mundial, nom europeia, e está longe de ser episódica. A crescente evidência disso manifesta-se já na América Latina e restantes Brics, mas daqui a pouco pode voltar a rebentar nos Estados Unidos, alegadamente recuperados da sua crise hipotecária de fins da década passada.
Entretanto, as dificuldades crescentes para a retoma do processo de acumulaçom capitalista ficam patentes na constante regressom dos direitos laborais a nível europeu e mundial, com procura incessante por parte do capital de áreas com força de trabalho barata que permita manter a taxa de lucro à burguesia dos estados do centro do sistema mundial.
O empobrecimento das massas em todo o planeta contrasta com o enriquecimento de um núcleo dirigente cada vez mais reduzido. As 62 pessoas mais ricas do mundo acumulam já mais riqueza do que a metade mais pobre. Em plena crise, e só nos últimos cinco anos, essas 62 pessoas supermilionárias conseguírom aumentar em 44% as suas riquezas, enquanto a metade mais pobre do planeta viu reduzir as suas em 41%. A acumulaçom por despossessom é um facto mais visível do que nunca. Para além do enorme exército industrial de reserva, a massa de populaçom mundial sobrante aumenta sem cessar, o que explica a reproduçom de guerras dirigidas a eliminar milhons de pessoas que “sobram” ao cruel sistema capitalista.
As “crises políticas” que se sucedem um pouco por todo o mundo, incluindo os estados que na última década ensaiárom tentativas “anti-neoliberais” dentro do capitalismo, assim como o reforçamento de expressons nazi-fascistas no interior dos “países ricos”, som expressons de umha crise cada vez mais generalizada e de final incerto.
Com a classe trabalhadora fragmentada, perdida em ilusons de reforma do sistema, os limites do capitalismo ficam cada vez mais à vista, apesar do discurso dominante nos media burgueses. Resta é comprovarmos se é possível reorganizar e fortalecer a consciência de classe nos diferentes espaços nacionais de disputa. Para isso, é imprescindível assumir a necessidade da tomada do poder pola única classe em condiçons de dirigir a superaçom do capitalismo mundial, já em crise terminal: o proletariado.