Publicidade

Diário Liberdade
Segunda, 18 Dezembro 2017 18:51

O melhor presente de Natal: a consciência do presente

Avalie este item
(2 votos)
Pedro Monterroso

Clica na imagem para ver o perfil e outros textos do autor ou autora

Natal. Não gosto de ti porque todos falam de ti. Quando todos falam do mesmo, alguém vê uma oportunidade de negócio e vende o produto. Esvazia-se o sentido para tornar a coisa mais leve e envolve-se em papel lustroso. Ninguém gosta de coisas pesadas, com demasiado conteúdo, são aborrecidas e não têm uma função imediata. Vai que alguém compra. Sucesso! E vai que alguém compra outro, 2, 3, 4, para ter mais Natal. E porque é barato, demasiado barato, aproveita e dá Natal aos pobrezinhos, aos doentes do hospital, aos presidiários, aos soldados. Para que seja para todos Natal. Até para os que não querem.


Aliás, alguém sabe onde começou essa história do velho gordo que sai de roupão vermelho à noite, com um saco recheado de prendas para as crianças? Como nunca ninguém se lembrou de lhe investigar o passado e saber onde ele esteve a 1 de maio, por exemplo? Todas essas prendas que dizem Made in China, Singapura, Vietname... O homem tem olhos azuis, estatura nórdica. Fosse asiático e levantaria-me menos suspeitas. Qual a origem e o preço de tudo aquilo que ele dá?
E quem arrasta toda essa parafernália e faz a distribuição? Que animais são esses? Como nenhuma associação se lembra de averiguar como é que os bichos passam todas essas intempéries, esses câmbios meteorológicos, desde os desertos secos, quentes, brutalmente frios à noite, florestas densas e... pior, cidades densas, impestadas de smog, pelas malhas fabris que produzirão o tal Natal. E o que fica para os que fazem o milagre da noite, quero dizer, para os que fabricam em linhas de montagem e colocam em caixas hermeticamente fechadas luzes sem reminiscência alguma de luz.
Raios me partam, raios te partam, Natal, não sei nada sobre ti. Havia a história do outro que nasceu no rés-do-chão de uma pensão. Era uma cria que, na falta de um apropriado berço e porque se constava sobre o perigo de trazer uma boa nova (que era somente palavras e o aborrecimento de não trazer presentes para todos!) o substituíram por um peru na travessa e um pinheiro decorado de presentes destituídos de passados ou futuros. Na melhor das hipóteses, tornar-se-ão obsoletos no dia a seguir para que possa vir logo-logo outro Natal. Porque o que ninguém gosta mesmo é de coisas duradouras. Portanto, feliz Natal, mas onde estão todos no 25 de Abril?
Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Doaçom de valor livre:

Microdoaçom de 3 euro:

Adicionar comentário

Diário Liberdade defende a discussom política livre, aberta e fraterna entre as pessoas e as correntes que fam parte da esquerda revolucionária. Porém, nestas páginas nom tenhem cabimento o ataque às entidades ou às pessoas nem o insulto como alegados argumentos. Os comentários serám geridos e, no seu caso, eliminados, consoante esses critérios.
Aviso sobre Dados Pessoais: De conformidade com o estabelecido na Lei Orgánica 15/1999 de Proteçom de Dados de Caráter Pessoal, enviando o teu email estás conforme com a inclusom dos teus dados num arquivo da titularidade da AC Diário Liberdade. O fim desse arquivo é possibilitar a adequada gestom dos comentários. Possues os direitos de acesso, cancelamento, retificaçom e oposiçom desses dados, e podes exercé-los escrevendo para diarioliberdade@gmail.com, indicando no assunto do email "LOPD - Comentários".

Código de segurança
Atualizar

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: diarioliberdade [arroba] gmail.com | Telf: (+34) 717714759

O Diário Liberdade utiliza cookies para o melhor funcionamento do portal.

O uso deste site implica a aceitaçom do uso das ditas cookies. Podes obter mais informaçom aqui

Aceitar